facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 07 de Julho de 2025
07 de Julho de 2025

07 de Julho de 2025, 10h:35 - A | A

POLÍCIA / TENTOU MATAR GAROTO

PM alega esquizofrenia e tenta suspender julgamento

Ricker Maximiano será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri nesta terça-feira (08).

VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT



A defesa do policial militar Ricker Maximiano informou que, no último sábado (05), o PM foi submetido a uma avaliação psiquiátrica feita por um médico especializado e foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide, transtorno mental caracterizado por delírios e alucinações frequentes.

Com isso, o advogado tenta conseguir na Justiça a instauração do Incidente de Insanidade Mental e a suspensão da sessão do Tribunal do Júri, agendada para acontecer nesta terça-feira (08), às 9 horas, na qual o PM será julgado por tentativa de homicídio contra um adolescente, cometida em 2018.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Ricker Maximiano também responde na Justiça pelo feminicídio contra a sua própria esposa, Gabrieli Daniel de Sousa, que ele matou a tiros no dia 25 de maio deste ano.

A manifestação da defesa é uma réplica à manifestação do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que, no último mês, disse que o pedido de instauração de incidente de insanidade mental apresentado pelo advogado do PM é tardio, oportunista e tem objetivo de atrasar a justiça.

LEIA MAIS: Defesa de PM alega insanidade mental e pede realização de exame

LEIA MAIS: PM alega insanidade mental para atrasar julgamento e MP reage: Oportunista

Segundo a réplica, durante a avaliação psiquiátrica foram observadas no PM alterações graves na sensopercepção, ausência completa de insights, delírios e alucinações auditivas. Foi recomendado a ele um tratamento na antipsicótico em alta dose, devido ao risco de autoagressão.

Para o advogado, o novo laudo psiquiátrico afeta diretamente a avaliação da capacidade mental do PM, sendo necessário um exame oficial para avaliar a imputabilidade do policial militar, ou seja, a capacidade de ser responsabilizado pelo crime.

O novo laudo psiquiátrico é um fato superveniente e contemporâneo que justifica o prosseguimento do incidente de insanidade mental, a fim de se apurar a real condição psíquica do Requerente”, diz trecho da manifestação da defesa.

Além disso, a defesa sustenta que na época da tentativa de homicídio contra o adolescente, em 2018, Ricker já poderia ter esquizofrenia paranoide, fato que, segundo o advogado, exige uma perícia retrospectiva para determinar a capacidade mental do PM naquele período.

O laudo recente revoga a premissa de inexistência de dúvida razoável sobre a sanidade mental do Requerente, exigindo um exame oficial para verificar a imputabilidade à época do delito”, afirmou.

Agora, a defesa aguarda uma decisão da Justiça.

Tentativa de homicídio

No dia 23 de junho de 2018, Ricker Maximiano atirou nas costas de um adolescente de 17 anos. O crime aconteceu na Avenida General Melo, em Cuiabá.

Segundo investigações, o adolescente voltava para casa com dois amigos, quando viu o PM discutindo com a namorada. Ricker teria se incomodado com a presença deles, mandando que saíssem do local, sacando uma arma de fogo.

Os adolescentes correram e o PM perseguiu os três. Ao perceber que o policial havia parado de correr, a vítima também parou. Neste momento o jovem foi surpreendido com disparos.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o adolescente tinha um pré-contrato com um time de futebol. Devido aos ferimentos causados pelos tiros, ele ficou com sequelas, perdeu o movimento das pernas por um tempo e passou a fazer uso de sonda.

Ainda de acordo com o MP, Ricker tentou forjar uma tentativa de assalto, criando estereótipo de bandido para os jovens.

É por este crime que o PM será submetido ao júri popular, nesta terça, em Cuiabá.

LEIA MAIS: Justiça decreta prisão de PM por tentar matar adolescente de 17 anos

Feminicídio

No dia 25 de maio, Ricker matou a esposa Gabrieli Daniel a tiros na residência do casal, no bairro Praieiro, em Cuiabá, na frente dos filhos de 3 e 5 anos. Após assassinar a mulher, ele fugiu com as crianças.

Horas após o crime, ele se apresentou na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e foi autuado em flagrante pelo crime de feminicídio.

Em depoimento ao delegado Edson Pick, responsável pelo caso, disse que foi uma fatalidade e que estava de cabeça quente. Ele não disse o motivo que o levou a cometer o crime, pois afirmou que estava sem condições emocionais para responder as perguntas do delegado.

Na audiência de custódia, ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e foi encaminhado para uma cela no Batalhão de Operações Especiais (BOPE), onde permanece preso.

LEIA MAIS: Juiz mantém prisão de policial que matou esposa a tiros

Pedido de transferência

Após ter sido preso por assassinar a esposa, a defesa de Ricker Maximiano pediu na Justiça a transferência do local do Tribunal do Júri pelo crime de tentativa de homicídio contra o adolescente.

De acordo com o advogado, o feminicídio causou forte comoção e linchamento social em todo o estado e a repercussão midiática, o clamor público e a comoção virtual poderão contaminar os jurados e inviabilizar um julgamento imparcial do caso.

O advogado sugeriu que o julgamento ocorresse em Rosário Oeste, mas o pedido foi negado pela Justiça.

Com isso, o júri popular acontecerá na capital.

LEIA MAIS: Defesa alega "linchamento social" e pede transferência de julgamento de PM

LEIA MAIS: Justiça nega transferir julgamento de PM que tentou assassinar adolescente

Comente esta notícia