VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) se manifestou contrário ao pedido de instauração de incidente de insanidade mental apresentada pela defesa do policial militar Ricker Maxiamiano. Em manifestação assinada pelo promotor de Justiça Rodrigo Ribeiro Domingos, o MP alegou que o pedido tem o propósito de atrasar a justiça.
Atualmente, Ricker responde por dois crimes de repercussão. O mais recente é o feminicídio cometido contra a esposa, Gabrieli Daniel de Sousa, que ele matou a tiros, no dia 25 de maio, em Cuiabá. O outro é uma tentativa de homicídio contra um adolescente cometida em 2018, também na capital.
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No segundo caso, ele será submetido a julgamento pelo júri popular que está marcado para acontecer no dia 8 de julho, em Cuiabá.
Em pedido apresentado à Justiça, o advogado de defesa do PM pediu a instauração do incidente de insanidade mental para que ele faça um exame médico, sob a alegação de que policial sofre persistentes e graves transtornos mentais. O objetivo é garantir a inimputabilidade de Ricker Maximiano, ou seja, provar que ele é incapaz de entender a ilegalidade dos crimes que cometeu.
Para isso, a defesa apresentou uma série de atestados médicos que, de 2023 a maio de 2025, determinavam afastamentos recorrentes do PM da função de policial, bem como a retirada do armamento dele.
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Na manifestação, o MP destacou a tentativa de homicídio contra o adolescente. O promotor ressaltou que a denúncia contra o policial quanto a esse crime foi recebida pela Justiça em setembro de 2020 e em setembro de 2021 o réu foi citado, apresentando resposta à acusação dois dias depois, sem falar nada sobre insanidade mental. Ao invés disso, o PM alegou que agiu em legítima defesa e pediu a absolvição sumária, além de desclassificação do crime para lesão corporal.
Por este crime, Ricker foi pronunciado por tentativa de homicídio pela 12ª Vara Criminal de Cuiabá e desde então vem recorrendo, sem jamais alegar qualquer problema mental.
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Agora, com o pedido de instauração do incidente de insanidade mental, o MP entendeu que se trata de um pedido tardio e oportunista.
“Após todo o trâmite regular do processo, sem jamais ter alegado qualquer anomalia psíquica ao longo da instrução criminal, RICKER MAXIMIANO DE MORAES apresenta, em momento manifestamente tardio e oportunista, pedido de instauração de incidente de insanidade mental, com fundamento em alegado transtorno delirante, episódio depressivo e reação aguda ao estresse”, diz trecho da manifestação do MP.
Além disso, o promotor Rodrigo Ribeiro alegou que Ricker nunca demonstrou comportamento que indicasse comprometimento mental ou que levantasse dúvida quanto à sua imputabilidade penal e que agora tenta atrasar a Justiça, por conta do julgamento marcado para o próximo dia 8.
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“Destarte, o pedido de instauração de incidente de insanidade mental tem o único propósito de retardar o regular andamento da ação penal, especialmente em se tratando de processo por crime doloso contra a vida ocorrido em 2018, com designação de data para realização da sessão do Tribunal do Júri”, ressaltou o promotor.
O MP alegou ainda que os atestados médicos apresentados pela defesa são recentes e não têm relação com o crime cometido por Ricker, quando ele tentou matar o adolescente.
Por fim, o MP pediu que a Justiça indefira o pedido de instauração do incidente de insanidade mental por falta de justa causa e por preclusão.
“Dessa forma, considerando a ausência de qualquer indício concreto e contemporâneo ao fato que indique insanidade mental, o momento processual extemporâneo e claramente protelatório do pedido, a falta de demonstração de relação entre os documentos médicos recentes e a data do crime e o ônus probatório da parte que suscita o incidente, nos termos do artigo 156, I, do Código de Processo Penal, o Ministério Público manifesta-se pelo indeferimento do pedido de instauração do incidente de insanidade mental, por falta de justa causa e por preclusão consumada”, concluiu.
Histórico
Ricker Maximiano já esteve envolvido em outro caso de repercussão, ocorrido no dia 3 de setembro de 2023. O PM matou um cachorro da raça Pitbull para evitar que o animal atacasse a sua filha, que estava em seu colo.
A ação foi registrada por uma câmera de segurança.
Na época, Ricker deu entrevistas e alegou ter agido para defender o “seu bem maior”, se referindo à filha.
Por outro lado, o tutor do cachorro registrou dois boletins de ocorrência na Polícia Civil. Um pela morte do animal e outro porque passou a receber ameaças para não denunciar o que havia ocorrido.
De acordo com o tutor, o cachorro era dócil e nunca tinha atacado ninguém.
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Feminicídio
No dia 25 de maio, Ricker matou a esposa Gabrieli Daniel a tiros na residência do casal, no bairro Praieiro, em Cuiabá, na frente dos filhos de 3 e 5 anos. Após assassinar a mulher, ele fugiu com as crianças.
Horas após o crime, ele se apresentou na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e foi autuado em flagrante pelo crime de feminicídio.
Em depoimento ao delegado Edson Pick, responsável pelo caso, disse que foi uma fatalidade e que estava de cabeça quente. Ele não disse o motivo que o levou a cometer o crime, pois afirmou que estava sem condições emocionais para responder as perguntas do delegado.
Na audiência de custódia, ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e foi encaminhado para uma cela no Batalhão de Operações Especiais (BOPE), onde permanece preso.
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Welton 28/06/2025
Vagabundo bandido de farda antes era o bichão não tinha nada agora diante da lei e doente , e o pior e que estes vagabundo ainda conseguem se safar neste brasil sem punição
1 comentários