VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT
A defesa do policial militar Ricker Maximiano de Moraes, preso por assassinar a esposa, em maio deste ano, protocolou um pedido de transferência de local do Tribunal do Júri, por um outro crime que ele responde. Em 2018, o militar tentou matar um adolescente de 17 anos.
O julgamento está marcado para acontecer no próximo dia 8 de julho em Cuiabá, mas, em pedido protocolado no Gabinete 2 da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), na última segunda-feira (16), a defesa pediu a transferência da sessão e sugeriu Rosário Oeste como uma alternativa, alegando que o feminicídio cometido pelo PM provocou “forte comoção e linchamento social em todo o estado” e que “diante da repercussão midiática e do clamor público, é virtual a contaminação psicossocial dos jurados, o que inviabiliza um julgamento imparcial”.
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No dia 23 de junho de 2018, Ricker Maximiano atirou nas costas do adolescente de 17 anos por motivo fútil. O crime aconteceu na Avenida General Melo, em Cuiabá. Segundo investigações, o jovem voltava para casa com dois amigos, quando viu o PM discutindo com a namorada. Ricker teria se incomodado com a presença deles, mandando que saíssem do local, sacando uma arma de fogo.
Os adolescentes correram e o PM perseguiu os três. Ao perceber que o policial havia parado de correr, a vítima também parou. Neste momento o jovem foi surpreendido com disparos.
Segundo a denúncia do MP, o adolescente tinha um pré-contrato com um time de futebol, mas, devido aos ferimentos causados pelos tiros, ele ficou com sequelas, perdeu o movimento das pernas por um tempo e passou a fazer uso de sonda.
Ainda de acordo com o Ministério Público, Ricker tentou forjar uma tentativa de assalto, criando estereótipo de bandido para os jovens.
Pelo crime, Ricker Maximiano foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, com sessão marcada para o dia 28 de maio deste ano, três dias após ele assassinar a esposa, na frente dos filhos de 3 e 5 anos, no bairro Praieiro, em Cuiabá.
No entanto, no momento da sessão, o PM apresentou um pedido que inviabilizou a realização da mesma. Ele alegou conflito de tese e revogou o mandato do advogado. Com isso, a sessão foi remarcada para o próximo dia 8 de julho, às 9 horas.
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Posteriormente, Ricker Maximiano constituiu uma nova defesa, composta por dois advogados, que agora pedem no TJ a transferência do local de julgamento.
No pedido, os advogados anexam prints de notícias e de comentários que demonstram a revolta da população em relação ao feminicídio.
Diante disso, a defesa alega que a imparcialidade do julgamento em Cuiabá está “irremediavelmente comprometida”.
“E não se trata de mera presunção: trata-se de um fato comprovado pela intensa cobertura da mídia local, pelas manifestações em redes sociais e sites de notícias, com centenas de comentários agressivos, exigindo condenação imediata, e, mais grave ainda, negando ao réu qualquer direito à defesa técnica ou às garantias constitucionais’, diz trecho do pedido, que foi distribuído no TJ e aguarda decisão.
Atualmente, Ricker Maxiamiano está preso em uma cela do Batalhão de Operaçãoes Especiais (BOPE) devido a dois mandados de prisão preventiva: um pelo feminicídio e outro pela tentativa de homicídio contra o adolescente.
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Ccccc 18/06/2025
Eita nos, tomara que não seja acatada essa petição. Ele não é maluco deixa enfrentar as consequências.
1 comentários