JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Na decisão de revogação da prisão preventiva de Joaci Rabello Júnior, de 29 anos, a promotora de Justiça, Márcia Borges Silva Campos Furlan, destacou que precisa do laudo pericial do local da tragédia no viaduto da MT – 040, na Avenida Fernando Côrrea da Costa, em Cuiabá, para que o Ministério Público Estadual (MPE), possa oferecer denúncia contra o acusado.
Na colisão, que teria sido provocada por um racha, morreram Diego Kischel, motorista do Corolla, o condutor do Fiat Punto, Luciane Siqueira Campos, o passageiro James Paes de Barros. O último a morrer foi o cabo da Polícia Militar, Elson Demétrio, que passou 17 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto Socorro Municipal. Já o motociclista, João Paulo da Silva, de 22 anos, que foi atropelado pelo Corolla e o Punto, segue internado na enfermaria da unidade de saúde, aguardando uma cirurgia no quadril. Apenas Mikael Lacerda, que estava na garupa da moto, continua internado na UTI do hospital público.
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Apesar da urgência em consluir o caso, o laudo só deve sair em janeiro de 2015, segundo a Políca Civil. “É necessário que se faça um laudo minucioso do local do acidente, que ainda não foi realizado e não consta do inquérito policial”, disse a promotora em um trecho da decisão.
Diante da falta do documento, a juíza Marcemila Reis, da 5ª Vara Criminal de Cuiabá deferiu o pedido de soltura, feito pela defesa. Joaci deixou a cadeia na quinta-feira (18), mas foi internado na clínica de reabilitação de dependentes químicos ‘Lar Cristão’. Ele estava preso desde o dia 26 de novembro na Penitenciária Central do Estado (antigo Pascoal Ramos).
INVESTIGAÇÕES LENTAS
Em entrevista ao RepórterMT, o delegado Cristian Cabral, da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Delatran) informou que as investigações do caso seguem a ‘passos lentos’, já que ainda não foi possível ouvir soldado Andrade, da Polícia Militar. O policial estava dirigindo a viatura no momento das colisões. Cristian destacou que ele já foi solicitado a depor duas vezes, porém não se apresentou.
Ainda conforme o delegado, existe a possibilidade de que Jaoci estava dirigindo na ‘mão’ certa da pista. No entanto, o carro ficou parado na contramão, por conta do impacto da colisão com a mureta de concreto. A hipótese só será confirmada com a conclusão do laudo da Politec. “Minutos antes da tragédia o Ciosp recebeu a informação que um VW Gol estaria trafegando de forma perigosa na pista, na ‘mão certa”, explicou.
DRAMA
O RepórterMT conseguiu falar com exclusividade com o mototaxista João Paulo da Silva, de 22 anos. Ele pilotava a moto Bros que foi atingida pelos carros na tragédia.
Internado na enfermaria ortopédica do Pronto-Socorro de Cuiabá, João contou que estava trafegando na moto junto com o amigo Mikael Lacerda, de 18 anos, ao lado do Punto, quando foram colididos pelo Corolla, conduzido por Diego Kischel.
De acordo com João Paulo, o policial Demétrio o obrigou a parar com a moto, junto com o Punto. Já que o Gol estava parado na contramão. Joaci estaria inconsciente, com a cabeça escorada no volante.
“O PM mandou a gente parar. Com isso, achei que era uma blitz. Quando coloquei um dos pés no chão para equilibrar, fomos atropelados pelo Corolla. A força do impacto me arremessou para frente do Punto, da viatura da Polícia Militar e do VW Gol. Cai no chão, bati a cabeça e fiquei inconsciente. Só fui acordar com os médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) me colocando na maca. Depois disso, não lembro mais nada”, destacou.
O motoxista aguarda uma cirurgia no quadril. Porém, o procedimetno cirurgíco não tem data para acontecer. Já que a unidade de saúde não realiza a operação.
Reprodução
João Paulo aguarda ser operado na enfermaria ortopédica do PS de Cuiabá.
LIGAÇÕES COM O CRIME
Diego que morreu a caminho da Policlínica já havia sido preso pela Polícia Militar sob a acusação de tráfico de drogas. A Polícia descobriu que o Corolla que ele dirigia havia sido roubado, há menos de dois meses, de uma casa do bairro Boa Esperança, na Capital.
A prisão ocorreu há dois anos, quando os PM’s o encontraram com várias porções de pasta-base de cocaína em um ‘mercadinho’ D.K, na Avenida Principal do Pedra 90, também na Capital.
Ao ser detido, Diego negou ser traficante e disse à PM que a carga que era para consumir com os amigos.
No entanto, na revista do estabelecimento comercial foram encontrados mais dois quilos de ácido bórico, uma balança de precisão e apetrechos usados para embalar a droga, caracterizando o crime de tráfico de drogas.
Reprodução Facebook
Diego dirigia Corolla roubado no dia da tragédia. Ele também já havia sido preso pelo crime de tráfico de drogas.