RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) apontam que 1,848 mil pessoas foram dadas como desaparecidas em Mato Grosso, em 2016. A estimativa representa o registro de cinco ocorrências por dia.
Em 2017, os dados parciais são de que de janeiro a abril as famílias de 638 pessoas registraram o desaparecimento de alguém.
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Cuiabá lidera o ranking estadual com 464 casos em 2016. Em segundo lugar aparece Várzea Grande, com 251 casos e Rondonópolis com 119 pessoas, que sumiram no ano anterior.
A delegada Sílvia Virgínia Biagi Ferrari, chefe do núcleo de desaparecidos da DHPP, disse ao que a maioria dos casos é motivada por conflitos familiares.
Divulgação Sesp

Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) sobre pessoas desaparecidas.
“A maioria são conflitos familiares e desencontros. Às vezes a pessoa briga dentro de casa e sai, ou há desencontros. Nós sempre orientamos para que as pessoas registrem o desaparecimento sempre que tiver. Em geral, acredito que 70% têm aparecido”, conta Ferrari.
Parte significativa das vítimas são garotas menores de idade. No ano passado 422 garotas, com idades entre 13 e 17 anos, desapareceram no Estado. O número representa um caso por dia em Mato Grosso.
Só nos três primeiros meses de 2017, familiares de 144 garotas denunciaram o desaparecimento das jovens. O número é 3,5% maior que o mesmo período do ano passado, quando 139 casos foram registrados pela Polícia Civil.
Casos
Um dos casos mais chocantes aconteceu em Terra Nova do Norte (620 km de Cuiabá). Alana Ramos de Jesus, 15 anos, desapareceu após sair de casa para vender uma picape Strada. O corpo da adolescente foi encontrado em decomposição num terreno baldio da cidade, quadro dias após o desaparecimento.
As investigações apontaram que a jovem deu carona para o assassino, e no caminho, ele a esfaqueou para roubar a picape – que quebrou em seguida e foi abandonada na BR-163.
Outro caso de sumiço, dessa vez sem final trágico, é o da estudante de Arquitetura Kedma de Oliveira, que desapareceu no início de maio após um conflito familiar.
A jovem foi resgatada por um taxista, em Chapada dos Guimarães (64 km de Cuiabá), prestes a se jogar do precipício do Portão do Inferno, dois dias após ‘desaparecer’, deixando uma mensagem de despedida no Facebook.
Como denunciar
divulgação

Em 2016, 422 garotas desapareceram em Mato Grosso.
O núcleo orienta que em caso de desaparecimento, os familiares devem primeiro buscar informações com parentes e conhecidos da vítima, procurar no Instituto Médico Legal (IML) e em hospitais e, claro, registrar o caso junto à Polícia Civil.
“Não precisa esperar 24 horas para registrar. Suspeitou que a pessoa desapareceu, porquê ela quis ou porquê alguém queria fazer algum mal, já pode registrar ocorrência”, explica a delegada Sílvia Virgínia.
As pessoas podem realizar a denúncia através da Delegacia Virtual, pelos fones 65 3901–4825, 197, ou até pelo WhatsApp do Núcleo, que é o 65 99982– 7766. Também é possível ir diretamente na 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP), que fica na Av. Tenente Coronel Duarte, 1044, Centro de Cuiabá.
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