VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
O juiz Moacir Rogério Tortato, do Núcleo de Justiça 4.0, manteve as prisões preventivas de Renan Curvo da Costa e Ronaldo Queiroz de Amorim Júnior, alvos da Operação Ludus Sordidus, deflagrada pela Polícia Civil nessa quinta-feira (21) para investigar uma facção criminosa suspeita de envolvimento em jogos de azar, tráfico de drogas, estelionatos e lavagem de dinheiro.
Em decisões proferidas na noite dessa quinta, após audiência de custódia, o magistrado sustentou que não há fatos novos que possam modificar as prisões.
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Em relação à Ronaldo Júnior, ele pediu para participar do velório e enterro do tio dele, João Bosco de Amorim Queiroz, que também era alvo da operação e morreu em confronto com a Polícia Civil durante o cumprimento do mandado de prisão. No entanto, o magistrado não autorizou, alegando que sujeitar uma autoridade policial para acompanhá-lo poderia trazer consequências piores.
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“No tocante ao velório, em razão do triste ocorrido no velório do tio, este juiz simplesmente não vê como operacionalizar isso, estando ele em prisão preventiva e sujeitar alguma autoridade ou algum policial a estar presente em um momento desses poderia trazer consequências muito piores”, disse Moacir Tortato.
A Polícia Civil iniciou nessa quinta o cumprimento de 38 ordens judiciais, sendo 8 de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva, 8 sequestros de imóveis, 12 sequestros e bloqueios de contas e valores no valor de mais de R$ 13,3 milhões. Os mandados foram expedidos para cumprimento em Cuiabá, Várzea Grande e na cidade de Nova Odessa (SP).
Além de Renan Curvo e Ronaldo Júnior, são alvos de mandados de prisão preventiva Sebastião Lauze Queiroz de Amorim, Weberton Pedro da Silva, João Bosco Queiroz de Amorim, Jheine Rodrigues Pinheiro, Ozia Rodrigues, Dainey Curvo da Costa, Paulo Augusto e Silva Dias e Ronando Queiroz de Amorim.
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Conforme já informado, João Bosco morreu.
Sebastião Lauze, vulgo "Vovô" e "Dono da Quebrada" alegou possuir cardiopatia grave com risco de infarto e conseguiu converter a prisão preventiva em domiciliar, mediante o uso de tornozeleira. Ele poderá participar do velório e enterro de João Bosco, que é seu irmão.
Ozia Rodrigues, Dainey Aparecido da Costa e Paulo Augusto e Silva Dias já estavam presos na Penitenciária Central do Estado (PCE), na capital, em razão de outros crimes.
Dainey foi preso em fevereiro deste ano por tráfico de drogas. Quando foi preso, chegou a ameaçar a Polícia Militar e o caso ganhou repercussão. Ele é conhecido nas redes sociais como Deniz Bet, divulga jogos de apostas ilegais ostenta uma vida luxuosa.
Em relação a Weberton Pedro da Silva, Jheine Rodrigues Pinheiro e Ronaldo Queiroz de Amorim, a reportagem entrou em contato com a Polícia Civil para obter informações sobre a prisão dos mesmos, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.
Investigações
Investigações da Polícia Civil apontam que o grupo criminoso atuava sob a fachada de ações sociais. Sebastião, apontado como líder atua como presidente de time de futebol amador mas, na verdade, monopolizava as práticas criminosas em alguns bairros (denominada quebrada), controlando e lucrando com atividade criminosas de tráfico de drogas, estelionatos e jogos ilegais.
Além disso, a polícia identificou que Sebastião recebia mensalmente 10% dos lucros da plataforma de apostas ilegais, além de valores oriundos do tráfico e de golpes aplicados em plataformas de compra e venda pela Internet.
Também foi identificado que um de seus liderados promovia extorsões de comerciantes em Várzea Grande e Rondonópolis.
Outro investigado, identificado como Dainey, é um conhecido influencer de Várzea Grande que ostentava grandes quantias em dinheiro, viagens e cruzeiros em redes sociais. Ele fazia parte do grupo que explorava "bets" financiando a facção e foi preso recentemente por tráfico de drogas.
Os integrantes da facção criminosa ostentavam veículos de luxo e imóveis incompatíveis com renda lícita, como casas, prédios comerciais e galerias de lojas, sendo estes alvos de sequestro na operação, visando a recuperação de ativos e desarticulação do grupo criminoso. O grupo também contava com o uso de pessoas interpostas (laranjas) para aquisição de veículos, bem como recebimento de valores de origem ilícitas.
A Operação Ludus Sordidus é comandada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO).