LUIS VINICIUS
DA REDAÇÃO
A estudante Lucivânia Alencar, 19, que estava desaparecida desde a última segunda-feira (17), foi encontrada com as mãos amarradas por uma equipe da concessionária Rota Oeste, às margens da BR-163, na noite desta quarta-feira (19). Um homem, identificado como João Pedro Bressan, 18, foi preso acusado estar envolvolvido no sequestro da jovem. No entanto, o acusado nega que tenha ocorrido um sequestro e afirmou que a jovem forjou o próprio "sumiço" depois de ter brigado com o marido.
Jovem desaparece após ex-namorado não aceitar fim de namoro
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Lucivânia foi encontrada nas proximidades do Trevo que dá acesso a cidade de Vera (480 km de Cuiabá). Bastante atordoada, a jovem disse aos socorristas que havia sido abandonada por um sequestrador. Ela recebeu atendimento médico e precisou ser encaminhada para um hospital em Sorriso, por estar fraca e por ter sofrido alguns desmaios.
Segundo informações preliminares da Polícia Civil, Lucivânia informou que foi vendada e amarrada pelo então sequestrador. Ela contou que estava presa desde segunda-feira (17) em um cativeiro, em uma região de mata, mas não soube informar qual a localização e nem quem seria o sequestrador.
Após ser localizada, Lucivânia foi medicada e liberada. Agora ela ficará aos cuidados da família.
Acusado nega sequestro
Em depoimento à Polícia Civil, João Pedro negou ter cometido o sequestro contra Lucivânia. O acusado afirma que o cárcere privado foi forjado pela própria jovem que teria, segundo ele, ido espontaneamente a casa onde ficaram juntos por dois dias.
Segundo o site Portal Sorriso MT, João disse que a moça teria ido atrás dele após separar-se do marido. “Ela foi quem ligou para os familiares, fingindo que tinha sido sequestrada. Eu só liguei uma vez. A moto dela eu que deixei no rio a pedido dela. Ela que bolou o falso sequestro”, disse.
João foi preso pela Polícia Militar após se deparar com uma viatura e fugir, no bairro São Francisco, em Sorriso. Ao ver os policiais, o acusado pegou um táxi e foi parar em um hotel, onde foi preso pela Polícia Militar. No local, ele disse que estava com Lucivânia durante os últimos dias, mas negou que ambos tenham mantido relações. “O que eu estou falando é o que aconteceu. Eu não abusei dela e nunca sequestrei”, afirmou.
Na casa que foi alugada para o suposto cativeiro, localizada na rua Palmares, os militares encontraram um revólver calibre 38 com seis munições, apreensão sobre a qual João Pedro não deu explicações do porte ilegal.
Questionado sobre quando ambos resolveram sair do "cativeiro", João declarou que teria sido por decisão da Lucivânia. “Ela já estava com medo. Tinha Polícia na rua. Aí eu chamei o táxi. E ela que quis ir com a fita (amarrada) para forjar o sequestro”, disse.
O acusado afirmou ainda que só ajudou Lucivânia, porque ela lhe ofereceu dinheiro. "Ajudei porque estava precisando do dinheiro", argumentou.
Lucivânia deverá ser ouvida ainda pelo delegado Bruno Sérgio Magalhães Abreu. O delegado deverá investigar as duas versões.
Ex-namorado se apresenta
O técnico agrícola Marcelo Martins Soares, ex-namorado de Lucivânia, e apontado como principal suspeito do sequestro e de ter obrigado a jovem a posar nua para fotos, que foram enviadas ao marido dela, se apresentou espontaneamente na delegacia de Nova Xavantina (661 Km de Cuiabá) também na noite de quarta-feira. Ele negou envolvimento com o caso.
Ao delegado, Marcelo apresentou um cartão de ponto de seu trabalho para comprovar que estava em Nova Xavantina em todos os dias que a moça estava desaparecida. Após ser ouvido, ele foi liberado.
O caso
Lucivânia estava desaparecida desde a noite de segunda-feira (17) quando saiu de sua residência para ir comer um lanche. De acordo com a Polícia Civil, o marido chegou a receber fotos nuas dela e foi chantageado a pagar uma quantia em dinheiro para que as imagens não fossem divulgadas na internet.
Familiares da moça suspeitavam que o ex-namorado Marcelo era o autor do sequestro. Algumas ligações foram feitas a parentes da estudante, indicando onde estava a motocicleta dela.
