GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
O ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis foi condenado nesta quinta-feira (25) pela morte da advogada Cristiane Tirloni, assassinada em agosto de 2023, em Cuiabá. A decisão foi proferida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal, após julgamento pelo Tribunal do Júri. A pena foi fixada em 37 anos de prisão (36 anos de reclusão e 1 ano de detenção), além do pagamento de 20 dias-multa.
O cumprimento começa pelo regime fechado. A juíza determinou que ele permaneça preso e não poderá recorrer em liberdade.
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Almir respondeu por feminicídio qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima), estupro de vulnerável e fraude processual. Já em relação a ocultação do corpo da vítima ele foi absolvido.
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Pela manhã, sete testemunhas estavam arroladas, mas três foram dispensadas. Outras quatro prestaram depoimento, entre elas o delegado responsável pelas investigações, Ricardo Franco, e uma perita criminal. À tarde, o ex-PM participou da audiência presencialmente, antes da fase de debates entre acusação e defesa e da decisão do júri.
O caso
Cristiane foi vista pela última vez na noite de 12 de agosto de 2023, após sair de um churrasco de família e ir ao Bar do Edgare, em Cuiabá, onde conheceu Almir. Eles seguiram juntos no carro da vítima, um Jeep Renegade.
De acordo com a investigação, a advogada foi morta por asfixia, apresentava sinais de espancamento e sofreu violência sexual. O corpo foi encontrado pelo irmão da vítima dentro do veículo, abandonado no Parque das Águas.
Imagens de câmeras de segurança e um aplicativo de rastreamento no celular de Cristiane foram fundamentais para apontar a casa do acusado como o último local em que ela esteve. O caso ganhou grande repercussão e levou Almir a julgamento nesta quinta-feira.
No primeiro interrogatório, durante a prisão em flagrante, Almir sustentou que Cristiane caiu e bateu a cabeça duas vezes, afirmando que ela havia ingerido bebidas alcoólicas. Ele apresentou várias contradições e negou o assassinato.
Quando a polícia chegou à casa do ex-PM, o local já havia sido limpo. Segundo a investigação, Almir usou creolina e sabão em pó para remover manchas de sangue no chão, móveis e roupas de cama. Lençóis e travesseiros foram encontrados ainda molhados na máquina de lavar.
Com uso de luminol, a perícia identificou manchas de sangue no quarto, sala e saída da casa.
Na época, Almir tinha uma namorada enfermeira, que estava trabalhando quando o crime ocorreu. Ao voltar para casa, encontrou o local já limpo. Ela não sabia do ocorrido e colaborou com a investigação após a prisão dele.
O ex-soldado da PM foi expulso da corporação após ser acusado de assalto a um posto de combustíveis em Cuiabá, em 2013, e de integrar organização criminosa. Possui laudo de esquizofrenia e chegou a ser absolvido nesse processo por causa do transtorno.
Em 2022, a Justiça determinou sua internação, mas, por falta de vaga no Adauto Botelho, a medida foi convertida em acompanhamento ambulatorial.