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Cuiabá, 16 de Junho de 2024
16 de Junho de 2024

12 de Setembro de 2020, 15h:14 - A | A

POLÍCIA / A DROGA DO MOMENTO

Efeito do skank é 26% mais forte que da maconha e 'frita' cérebro

A droga tem um jeito diferente de ser cultivada e chega a custar 50% mais que a maconha comum

MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO



De tempos em tempos surge um novo tipo de entorpecente e a droga do “momento” é o skank (também conhecida como skunk), um tipo de maconha mais potente, cultivada de forma diferente. Ao , o delegado Victor Hugo Bruzulato Teixeira, que está à frente da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), explicou que enquanto o Tetra-hidrocanabinol (THC), o alucinógeno que dá a famosa “brisa” ou "barato", chega a ser cerca de 26% a mais no skank que na maconha normal.

“Para você ter uma ideia a concentração de THC na maconha comum é de 2% a 4% e no skank pode chegar a 30% o THC”, aponta.

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Devido aos equipamentos necessários para produção, o skank chega a custar 50% mais caro que a maconha comum. O skank é embalado a vácuo.

“Ela [a droga] é cultivada de uma forma diferente. Ela usa o sistema hidropônico, que é um sistema com água, e a iluminação na parte desse cultivo tem que ser mais intensa, até na produção faz um processo diferenciado. O efeito dela é mais intenso. A chamada ‘brisa’, como é popularmente conhecida, é bem mais intensa. Por isso ela tem essa demanda muito alta ultimamente”, explica o delegado.

Bruzulato relata que o mundo do tráfico de drogas é dinâmico e, assim como há dezenas de drogas sintéticas aparecendo, o skank é a moda do momento.

“Temos apreendido muito skank vindo da região do Mato Grosso do Sul que, na verdade, a gente sabe que vem do Paraguai”, pontua.

Ele explica que não há grandes áreas de cultivo e produção de drogas no Brasil e que a maioria dos entorpecentes que circula em Mato Grosso vem da Bolívia, Peru, Colômbia e do Paraguai.

Trabalho da Polícia

A DRE, segundo o delegado, tenta sempre estar um passo à frente dos traficantes e para isso vem apostado no trabalho conjunto com outras forças. Em 2020, a DRE bateu o recorde de apreensão de entorpecentes. Enquanto 2019 fechou com apreensão de 1,3 tonelada de drogas, em 2020 esse número já foi superado.

“Nós batemos recorde de apreensão, de todos os tipos de drogas. Seja cocaína que a maioria vem da Bolívia, ou da maconha que vem do Paraguai. Tem aumentado demais as apreensões”, conta o delegado.

Bruzulato aponta que isso é fruto do trabalho da área de segurança.

“O que nós fizemos foi integrar as forças de segurança para combater com o rigor o tráfico de droga. Dando prioridade nesse combate. Então, com certeza, isso tem sido fruto do trabalho da polícia”.

Efeitos devastadores

A supermaconha ou maconha skank, em razão de sua grande concentração de THC, é considerada muito mais prejudicial do que a maconha comum. A maconha skank precisa de menor quantidade da erva para conseguir os mesmos efeitos da maconha ou, se fizer uso de quantidades maiores, a pessoa chega a ter alucinações e prejuízos irreversíveis nos neurônios, perdendo o controle da coordenação motora e da memória, entre outras coisas.

O THC é absorvido pelo fígado, sendo depois levado para o cérebro e para o aparelho reprodutor. O seu uso pode provocar danos nos neurônios que, com o passar do tempo, se tornam prejudiciais a ponto de não serem mais reversíveis.

Os efeitos da maconha skank são os mesmos da maconha comum, mas muito mais intensos, gerando aumento do apetite, excitação (inclusive sexual), pupilas dilatadas e olhos vermelhos, falta de percepção de tempo e espaço.

Na maconha skank, como os efeitos são bem mais intensos, o cérebro do usuário acaba sendo “fritado”, ou seja, o usuário cria danos cerebrais tão intensos quanto a quantidade de THC e o que uma maconha comum pode levar anos para provocar, a supermaconha pode levar apenas meses.

 

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