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Cuiabá, 13 de Novembro de 2025
13 de Novembro de 2025

13 de Novembro de 2025, 20h:05 - A | A

POLÍCIA / FRAUDE EM NOTAS

Dono de transportadora é preso por golpe de R$ 15 milhões no Bom Futuro; funcionário do grupo também foi detido

Investigação aponta que transportadora recebia valores de serviços que nunca ocorreram, junto ao funcionário já detido

GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT



A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (13) o empresário Vinícius de Moraes Sousa, dono da Sousa Transportes, em Barra do Garças (a 525 km de Cuiabá), sob suspeita de participação em um golpe milionário contra o Grupo Bom Futuro. A prisão ocorreu poucas horas depois da detenção em flagrante do funcionário Welliton Gomes Dantas, preso na sede do grupo em Cuiabá, acusado de gerar notas fiscais e pagamentos fraudulentos que podem somar quase R$ 15 milhões nos últimos três anos.

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Segundo a investigação da Delegacia Especializada de Estelionato, Welliton, responsável pela gestão da frota dentro do grupo, aproveitava o acesso ao sistema interno para emitir CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico) e autorizar pagamentos a favor da transportadora de Vinícius por fretes que, na prática, nunca ocorreram, muitos desses serviços foram, na verdade, realizados por caminhões próprios do conglomerado. Apenas nesta semana, o setor de compliance detectou lançamentos manuais irregulares que somavam R$ 295 mil.

No momento da prisão em flagrante, Welliton foi encontrado com documentos, agendas e dispositivos eletrônicos vinculados às fraudes. Na residência do empregado foram apreendidos um Volvo XC90 recém-adquirido, um Hyundai Creta e documentos que, segundo a polícia, comprovam aquisições incompatíveis com a renda declarada, cerca de R$ 7 mil. A partir desses indícios a equipe identificou o envolvimento da Sousa Transportes, o que levou à prisão do empresário em Barra do Garças.

Confissão

O funcionário confessou a prática criminosa em depoimento à Polícia Civil, conforme já noticiado em reportagem anterior. O delegado Pablo Carneiro informou que o caso, inicialmente descoberto pelo próprio Grupo Bom Futuro em auditoria interna, representa um rombo estimado entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões nos últimos dois a três anos.

Foi uma situação flagrancial. A vítima (o grupo) fez o levantamento e o setor de compliance detectou o desvio”, disse o delegado. Ele acrescentou que as investigações prosseguem com análise bancária, fiscal e patrimonial para identificar eventual participação de terceiros.

Os veículos apreendidos estão no pátio da delegacia e documentos foram recolhidos para perícia. Tanto Welliton quanto Vinícius foram autuados em flagrante; a polícia trabalha agora para determinar a extensão das fraudes, o montante definitivo do prejuízo e se houve conivência de outras pessoas ou empresas de contabilidade.

Em nota, o Grupo Bom Futuro informou que colabora integralmente com as investigações.

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