FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTER MT
Os bairros Dom Aquino e Porto, em Cuiabá, são os que têm mais registros de violência doméstica, segundo o Anuário 2024, que traz dados do Relatório da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher e do Plantão da Violência Doméstica e Crimes Sexuais. Conforme o relatório, cada um deles registrou 52 ocorrências durante o ano de 2024.
Ainda de acordo com os dados, a região Morada da Serra (CPA I, II, III, IV) aparece em terceiro lugar com 49 ocorrências. Pedra 90 está em quarto lugar, com 47 registros; e Jardim Florianópolis em quinta posição com 35 ocorrências. (Confira no final da matéria a posição de cada bairro).
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O estudo destaca que a maioria das mulheres (cerca de 69%) vive em situação de moradia instável ou precária (aluguel, imóvel cedido ou casa de amparo), o que pode agravar a dependência econômica e emocional, dificultando o rompimento do ciclo de violência.
O fato de 19% dependerem de familiares ou amigos demonstra o papel crucial da rede de apoio informal no enfrentamento da violência doméstica.
Quanto a renda familiar, 58% das vítimas informaram possuir renda de até três salários-mínimos, muitas delas são mães de família vivendo com apenas um salário mínimo.
Profissão das vítimas
As profissões são diversificadas, variando das mais bem remuneradas às de menor rendimento. Entre as mulheres que informaram sua ocupação, um grupo expressivo se autodenominou como “do lar” — donas de casa sem atividade remunerada, dedicadas exclusivamente ao cuidado do lar, dos filhos e, muito provavelmente, do parceiro — o que evidencia uma situação de dependência econômica e falta de reconhecimento do trabalho doméstico.
Em seguida, os dados apontam a presença de estagiárias e/ou estudantes (109 casos), em processo de formação ou em fase inicial de inserção no mercado de trabalho.
As ocupações de apoio e de baixa remuneração, com auxiliares, serviços gerais, vendedoras, manicures, cabeleireira, dentre outras que se destacam nos dados analisados.
O relatório destaca que o número de mulheres em profissões técnicas e de nível superior, como advogadas, psicólogas, dentistas, engenheiras, enfermeiras, arquitetas, médicas, empresárias, servidoras públicas, o que comprova a presença de mulheres qualificadas, ainda que numa proporção pequena.
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