CHRISTINNY DOS SANTOS
DO REPÓRTERMT
O delegado titular da Delegacia de Peixoto de Azevedo Geordan Fontenelle, preso na manhã dessa quarta-feira (17), durante a "Operação Diaphthora", cobrava entre R$ 10 mil e 15 mil para liberar apreensões e "hospedar" ou soltar presos. Além disso, ele também receberia R$ 2 mil mensais para dificultar ações policiais em uma cooperativa suspeita de garimpo ilegal.
Geordan é acusado de liderar o esquema criminoso que cobrava as diárias dos criminosos e também as propinas para liberação dos itens apreendidos.
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Para "hospedar" os presos em uma "cela especial", que, na verdade, são os alojamentos exclusivos que a delegacia oferece para policiais plantonistas, o delegado cobrava R$ 10 mil a "diária".
O delegado também cobrava uma taxa para que os criminosos pudessem ser liberados sob fiança. A 'fiança particular' custava R$ 10 mil, sendo que o preso deveria pagar R$ 1 mil antes de ser solto e o restante poderia ser quitado após sua saída.
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Também era possível obter a liberação de itens apreendidos. O delegado cobrou R$ 15 mil para liberar uma Ford Ranger, veículo utilizado para aplicar golpes.
Além disso, todos os meses, Giordan recebia R$ 2 mil de uma cooperativa instalada no município para dificular a chegada da Operação Hermes II, que tem como objetivo reprimir crimes contra o meio ambiente, especialmente o comércio e uso ilegal de mercúrio.
Documento ao qual o RepórterMT teve acesso, mostra trecho da conversa de Giordan com o investigado da Polícia Civil, Marcos Paulo Angeli — também alvo da Operação Diaphthora, o delegado demonstra medo de perder a renda "extra" devido à intervenção da Polícia Federal e Ibama na Operação Hermes II.
"Atingiu até nós, tá vendo?", diz o investigador, ao que Giordan responde "Recebe dois mil da cooperativa. Da onde você acha que vem esse café?". Marcos questiona e o investigador retruca "ou tudo é de graça?".
Preso em operação
A “Operação Diaphthora” cumpriu de 12 mandados judiciais para apurar um esquema criminoso liderado por Geordan Fontenelle, um investigador de polícia, um advogado e garimpeiros. Contra a autoridade policial foi cumprido um mandado de prisão.
Todos os esquemas e acertos levam à conclusão de que existia um verdadeiro “gabinete do crime”.

















