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Cuiabá, 26 de Agosto de 2025
26 de Agosto de 2025

26 de Agosto de 2025, 12h:45 - A | A

POLÍCIA / FALSO CRISTÃO

Delegada: Fonoaudióloga foi morta a facadas pelo marido por causa de discordância religiosa

No depoimento prestado na delegacia, o assassino afirmou que a morte da vítima foi motivada por uma discussão entre o casal, já que a esposa havia discordado de sua dedicação ao estudo da “escatologia”.

KARINE ARRUDA
GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTER MT



Lucas França Rodrigues, 22 anos, teria matado a esposa, Ana Paula Abreu Carneiro de Oliveira, 33, por causa de uma discordância religiosa. A informação é da delegada Renata Evangelista, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Sinop (a 480 km de Cuiabá), cidade em que o crime ocorreu. Segundo Evangelista, o casal teria discutido na noite anterior ao fato e isso motivou o criminoso a matar a própria esposa.

“A fala dele é de que ele está estudando escatologia. Indaguei a ele o que seria isso e ele disse que é uma doutrina que estuda o fim dos tempos e que, no dia anterior [ao crime], ele tinha tido uma discussão com a então esposa por conta dela ser contra ele ser tão envolvido com esse tipo de doutrina”, explicou a delegada em coletiva à imprensa dada nessa segunda-feira (25).

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No depoimento prestado na delegacia, Lucas afirmou que o assassinato de Ana Paula foi motivado pela discussão entre o casal, já que a esposa havia discordado de sua dedicação ao estudo da “escatologia”. De acordo com o feminicida, a insistência dele no tema incomodava a vítima e esse teria sido o estopim para a violência.

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No interrogatório, o assassino também contou que pretendia tirar a própria vida depois de matar a esposa. Ele relatou que chegou a colocar a faca no pescoço e ingerir um coquetel de medicamentos, mas acabou desistindo. Horas depois do crime, Lucas tirou fotos da esposa morta e enviou para os familiares, o que levou a denúncia à Polícia Militar e resultou na sua prisão em flagrante.

"A ideia dele era se matar depois, ele chegou até a colocar a faca no pescoço e tomar um coquetel depois da prática do crime. Depois de várias horas, ele tirou fotos da vítima já sem vida e encaminhou para os familiares, quando então tomou conhecimento da prática do crime", citou a delegada.

Lucas reconheceu que a brutalidade do crime poderia ter levado vizinhos a ouvir os gritos de Ana Paula, caso houvesse alguém em casa no momento. Segundo ele, a vítima certamente imploraria por socorro, mas como as residências próximas estavam vazias, o ataque terminou sem que ninguém percebesse.

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"Ele deu sorte nesse sentido, de as casas estarem vazias, porque um crime brutal como esse, de mais de 20 facadas, o certo é que ela gritasse, implorasse por socorro”, afirmou.

Esquizofrenia

O pai de Lucas compareceu à delegacia e entregou um laudo atestando que o filho teria esquizofrenia e já teria passado por clínicas psiquiátricas em anos anteriores. A polícia, porém, ainda vai investigar a procedência dessas informações.

“Isso tudo precisa ser averiguado. Não foram trazidos documentos, apenas laudos com relação a isso”, frisou a delegada.

Lucas teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e segue detido.

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Crime

Lucas França foi preso em flagrante após matar Ana Paula Abreu com cerca de 20 facadas, que atingiram pescoço, tronco, abdômen e pernas. O casal é natural de Brasília e morava em Sinop há pouco tempo.

A casa onde os dois moravam ficava localizada no Setor Comercial do município, era alugada e o aluguel, que custa R$ 3,5 mil, era pago por Ana Paula, que era fonoaudióloga.

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Após assassinar a esposa, o feminicida enviou fotos da vítima, sem vida, para a irmã dela e o irmão dele, confessando o crime. Com isso, os dois, que moram em Brasília, acionaram a Polícia Militar de Sinop, que realizou a prisão em flagrante do assassino.

Quando os militares chegaram na casa, Lucas estava em estado de surto, reagiu à prisão, enfrentou os policiais e precisou ser contido com um dispositivo de choque.

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Nas redes sociais, Ana Paula postava declarações de amor para o assassino. A última delas, inclusive, foi feita quatro dias antes do crime. Já Lucas, usava as redes para compartilhar mensagens religiosas.

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