VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
O casal de empresários Márcio Júnior Alves do Nascimento e Eliza Severino da Silva, administradores da empresa Imagem Eventos, se tornaram réus por associação criminosa, estelionato e crimes contra o consumidor e contra a ordem tributária. Eles são acusados de aplicar um golpe de quase R$8 milhões que deixou mais de mil formandos sem festa em Mato Grosso e outros estados.
Márcio e Eliza chegaram a ser presos na Operação Ilusion, deflagrada pela Polícia Civil em maio deste ano, mas foram soltos um mês depois por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e agora são monitorados por tornozeleira eletrônica.
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Além do casal, também se tornaram réus pelos mesmos crimes a mãe e o irmão de Márcio, Antônia Alzira Alves do Nascimento e Marcos Vinicius Alves do Nascimento.
A ação movida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) foi aceita pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, em junho deste ano e o processo tramita em sigilo.
Na decisão que tornou Márcio, Eliza, Antônia e Marcos réus, o magistrado ressaltou que os crimes de associação criminosa, estelionato e contra a ordem tributária foram praticados 353 vezes pelos acusados.
Jean Garcia ressaltou ainda que as provas contra os estelionatários são suficientes para a ação.
“A despeito de se tratar de prova indiciária e unilateral, anoto que as provas mencionadas na denúncia são elementos suficientes para o desencadeamento da ação penal, tendo em mente que nesta fase processual o juízo é de prelibação e o princípio vigente é 'in dubio pro societate'”, diz trecho da decisão.
De acordo com a denúncia do MP, os acusados se associaram entre os anos de 2023 e 2025 com o objetivo de cometer crimes visando obter vantagens financeiras por meio de estelionato e infrações contra as relações de consumo. Eles são gestores tanto da Imagem Eventos, quanto da Graduar Decoração Fotografia e implementaram nas empresas um esquema fraudulento que causou prejuízo a muitas vítimas.
Ainda de acordo com o MP, eles ofereciam serviços de formatura e fotografia mesmo sabendo que não poderiam cumprir os acordos feitos.
Durante investigações, foi possível constatar que as empresas estavam em crise financeira e mesmo assim eles continuaram captando dinheiro dos formandos, oferecendo descontos e promovendo venda de contratos.
No dia 31 de janeiro deste ano, eles fecharam as empresas repentinamente e deixaram vários formandos sem festa em cima da hora, além de funcionários sem empregos e fornecedores sem pagamento.
“As vítimas foram induzidas ao erro por meio de promessas fraudulentas, acreditando que os contratos seriam cumpridos, enquanto os denunciados tinham plena consciência de que não realizariam os serviços, enriquecendo ilicitamente às custas das vítimas”, ressaltou o MP.
Ainda conforme a denúncia, os crimes cometidos por Márcio, Eliza, Antônia e Marcos resultaram em um prejuízo estimado de R$7.953.710,92 e afetaram diretamente mais de 353 vítimas que enfrentaram danos financeiros devido a custos adicionais com eventos de formatura, aquisição de trajes e a não entrega de álbuns fotográficos.
O MP requisitou uma nova investigação para apurar a necessidade de uma possível prática de lavagem de dinheiro para ocultar o dinheiro recebido pelo bando sem a entrega dos serviços contratados pelos formandos.
Sendo assim, um novo inquérito foi instaurado pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (DECON) e as investigações seguem em andamento.