RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
Um anuário elaborado pela Delegacia de Defesa da Mulher aponta que 3.054 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência ao longo de 2018, em Cuiabá. Dado equivale a mais de oito mulheres agredidas, espancadas, estupradas e até mortas, por dia, na Capital mato-grossense.
O comparativo ainda aponta que, em média, 254 mulheres sofreram algum tipo de violência por mês. O período com maior incidência foi em junho, quando 263 casos envolvendo mulheres como vítimas foram registrados em Cuiabá.
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Em novembro, A Polícia Civil prendeu o sargento da PM, Valmir Corrêa, de 51 anos, por agredir a companheira em um estacionamento em frente à Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá (DEDM).
A prisão do agressor aconteceu após uma policial da DEDM ser acionada pelo funcionário do estacionamento, sobre a agressão que ocorria no local. Na abordagem, os policiais o encontraram armado e a vítima gritando por socorro. Diante da situação, a arma foi apreendida e o casal conduzido à delegacia, onde foi constatado que a vítima já havia entrado com pedido de medidas protetivas.
RepórterMT/Reprodução
Odneia foi assassinada pelo marido em 2018, em Cuiabá.
Em novembro, a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu o acusado de matar uma mulher, na região central de Cuiabá. Denivaldo Albino da Silva, 41 anos, foi preso em flagrante e autuado no crime de feminicídio. O corpo da vítima foi encontrado no chão, com short jeans e blusa branca, descalça e caída na calçada da Avenida Presidente Marques, próximo ao colégio Liceu Cuiabano. Ela estava sem documentos não foi identificada.
Outro crime grave foi o assassinato de Odineia Porfiria Miltes, 30 anos, que representa bem os dados do anuário. Ela foi morta com várias facadas dentro de casa, no Distrito da Guia, em Cuiabá, na madrugada de quarta-feira 19 de dezembro de 2018. No bairro dela, outras 14 mulheres foram vítima da violência naquele ano. O principal suspeito de ter assassinado Odineia era o então marido dela, Carlinho Hipólito da Silva, 38 anos.
De acordo com a Polícia Militar, Carlinho foi preso em uma rua, próximo a casa onde aconteceu o assassinato. Ele estava bêbado e apresentava falas e versões desconexas.
RepórterMT/PJC
Bairros com maior índice de violência contra mulher.
Dados ajudam na prevenção
Conforme o anuário, os dados coletados pela delegacia “remetem a informações que podem servir de orientações para outros profissionais que trabalham com a prevenção, com a repressão e com a assistência às vítimas de violência doméstica”.
Ainda assim, é ponderado o fato de o Estado dar um apoio real às vítimas, para que elas se sintam amparadas e protegidas pela Lei.
“É preciso fortalecer ainda os serviços de assistência social e psicológico à vítima de violência doméstica, que decide denunciar o agressor, ainda nos casos iniciais do ciclo de violência. Uma mulher que sofre um crime tipificado como injúria real precisa ser apoiada pelo Estado e pela sociedade, afim de que possa se libertar desse ciclo, antes que ele passe a se tornar cada vez mais grave e chegue ao último grau”, consta no anuário.
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