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Cuiabá, 13 de Outubro de 2025
13 de Outubro de 2025

13 de Outubro de 2025, 12h:40 - A | A

POLÍCIA / TRIBUNAL DO JÚRI

Acusados de cometer chacina em Aripuanã vão a julgamento nesta segunda

Crime ocorreu em novembro de 2020, quando as vítimas foram sequestradas e mortas.

DO REPÓRTERMT



 

Começa nesta segunda-feira (13), no Fórum de Aripuanã (a 976 km de Cuiabá), o julgamento de Jacó Nascimento de Melo e Jânio Domingos de Brito, acusados de participar do sequestro e assassinato de quatro pessoas por disputa de garimpo na região. Jacó também responde por estupro.

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As vítimas foram Elzilene Tavares Viana, conhecida como Babalu, de 31 anos; o marido dela, Leôncio José Gomes, o Malhado, de 40; o filho de Elzilene, Luiz Felipe Viana Antônio da Silva, de 19; e Jonas Santos, de 25.

O julgamento será conduzido pela juíza Rafaella Karla de Oliveira Barbosa. Segundo ela, o Tribunal do Júri de Aripuanã vai analisar os crimes de sequestro e homicídio, enquanto o caso de estupro foi separado e será julgado em Juína, onde o crime aconteceu.

Os réus estão presos em outros estados e foram trazidos para Mato Grosso especialmente para o julgamento. Jacó está detido em São Paulo e foi transferido pela Polícia Penal, enquanto Jânio cumpre prisão em Goiás e foi trazido pela Polícia Militar daquele estado.

Durante o júri, devem ser ouvidas quatro testemunhas indicadas pelo Ministério Público e outras quatro pela defesa de Jânio. O MP é representado pelo promotor de Justiça William Johnny Chae. Jânio é defendido pelos advogados Saulo Silva Espírito Santo e Dayane Cristina Gonçalves de Oliveira Vilela. Já Jacó é representado pela defensora pública Ana Cristina Malta Diniz.

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O crime

De acordo com a denúncia, os crimes ocorreram no dia 21 de novembro de 2020, por volta das 9h, em uma estrada rural que leva ao garimpo da Serra, em Aripuanã. Jacó e Jânio, junto com Josué do Nascimento Melo e Gedeon Ribeiro Menezes, teriam sido contratados por Leandro Ribeiro Mendes para matar Elzilene e Leôncio. O grupo armou uma emboscada e interceptou a caminhonete S10 branca em que estavam as vítimas.

Os criminosos se identificaram como policiais e disseram que levariam o grupo à Delegacia de Juína para apurar supostos crimes. Jonas e Leôncio foram algemados juntos, e Elzilene e o filho Luiz Felipe em outro par de algemas. Apenas Laurilene, mulher de Jonas, não foi algemada.

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As vítimas foram levadas em dois veículos: Elzilene, Luiz Felipe e Laurilene seguiram com Jacó e Jânio; Jonas e Leôncio, com Josué e Gedeon. O grupo foi levado até uma estrada isolada, na direção do distrito de Tutilândia, onde Elzilene, Leôncio, Luiz Felipe e Jonas foram executados a tiros. Laurilene sobreviveu por estar grávida.

Ela relatou ao Ministério Público que os criminosos apontaram armas para as cabeças das vítimas e as obrigaram a entrar nos carros.

Disputa por garimpo

A motivação, segundo a denúncia, foi uma briga por terras e controle do garimpo da serra. Leandro Ribeiro Mendes, apontado como mandante, teria pago R$ 120 mil a Josué para executar o casal, além de fornecer as armas usadas no crime. Josué contratou Jacó, Jânio e Gedeon para ajudá-lo, pagando valores diferentes a cada um.

O grupo teria ficado em Aripuanã por cerca de 10 dias antes dos assassinatos, reunindo-se várias vezes com Leandro. As armas e a caminhonete usada na emboscada teriam sido entregues por Gedeon, apontado como pistoleiro de Leandro.

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O filho de Elzilene e Jonas foram mortos apenas por estarem com o casal no veículo.

Após os assassinatos, o grupo fugiu levando Laurilene. Durante a fuga, Jânio e Josué desceram em um posto de gasolina em Juruena, voltaram ao local do crime e queimaram a caminhonete para dificultar as investigações. Jacó e Gedeon seguiram com Laurilene rumo a Juína.

O estupro

Ainda no mesmo dia, à noite, já em Juína, Jacó teria estuprado Laurilene em um hotel. Segundo o relato da vítima, após sofrer um acidente com o carro, Jacó a levou até o local e a manteve refém, obrigando-a a manter relação sexual sob ameaça. Ele disse que ela só poderia “ir embora de boa” se ficasse com ele.

Depois do crime, Jacó comprou uma passagem de ônibus para a vítima, deu R$ 800 e tirou fotos de seus documentos, além de levar seu celular para impedir que ela pedisse ajuda. O caso foi separado do processo principal e será julgado em Juína.

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Mortes dos acusados

O suposto mandante, Leandro Ribeiro Mendes, foi assassinado em setembro de 2023. Gedeon Ribeiro Menezes foi morto em fevereiro de 2022, e Josué do Nascimento Melo, em 2021, no Pará.

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