FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTER MT
O vereador Gilson José de Souza (União), conhecido como Gilson da Agricultura, disse, durante a sessão dessa segunda-feira (1º), que cometeu uma “cagada” ao chamar a prefeita Iraci Ferreira (PSDB) de “cachorra viciada”. O episódio aconteceu no último dia 25.
O pedido de desculpas veio após Gilson virar alvo, com oito votos, de uma Comissão Processante. Na tribuna, ele destacou que a fala dele não foi direcionada à prefeita, nem tão pouco ao gênero feminino e sim à classe política em geral.
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“Estamos sujeitos a erros, porque no dia que nós tivermos na sociedade que não tiver erro, você pode dizer que estamos no processo de santificação”, disse na tribuna.
O vereador ressaltou ainda que o linguajar usado na última semana foi resultado de ansiedade e pediu perdão à Iraci.
“Quem me conhece realmente sabe que não é meu perfil. Machista, nunca. Eu admito que errei e se eu tivesse uma oportunidade de apertar um botão para apagar tudo que a família da prefeita está passando, eu apertava”, pontuou.
“Não tenho o poder de fazer o tempo voltar. Hoje estou sendo o acusado, a família da prefeita é vítima, mas amanhã pode ser qualquer um de nós. O ser humano é suscetível ao erro”, completou.
Gilson, que usou mais de 30 minutos para se defender, destacou que a maior punição que ele pode sofrer não é uma possível cassação e sim ter feito causado sofrimento à família da prefeita.
“Na verdade eu nem percebi que tinha cometido um erro. Amanheci o dia e vi a cagada que eu fiz. Não importa se foi com objetivo ou não. Eu falei: ‘cara, com quem que eu vou conversar?’ [...] Eu nem arrumei advogado. Deus perdoa, o condenar é do homem, mas o perdoar é de Deus. Iraci quero pedir perdão para a senhora, seu esposo, seus filhos, para toda a sua família. Quero pedir perdão a todas as mulheres, perdão aos vereadores por causar esse constrangimento”, afirmou.
“Quem nunca errou que atire a primeira pedra [...] São 12 anos trabalhando com a Iraci e nunca a desrespeitei e nunca quis desmerecer o seu trabalho”, concluiu.
Alvo de Comissão Processante
Na sessão dessa segunda-feira, oito vereadores acataram a denúncia contra Gilson, que responderá por quebra de decoro parlamentar, abuso de prorrogativas e violência política. Somente Éder da Mecânica (PSB) e Fernando Gelvalino (Podemos) votaram contra.
A Comissão Processante terá até 15 dias para finalizar os trabalhos e decidir pela cassação ou não de Gilson.