CHRISTINNY DOS SANTOS
DO REPÓRTERMT
Oito integrantes da equipe do Gabinete Estadual de Intervenção que atuou na Saúde de Cuiabá ingressaram com uma ação o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), por declarações dadas em uma entrevista, em fevereiro deste ano, que teria equiparado a conduta dos ex-interventores às ações nazistas. Na ação judicial, exige-se o pagamento de uma indenização por danos morais no valor de R$ 451 mil, além de uma retratação pública pela fala.
À época dos fatos, Emanuel Pinheiro concedeu à imprensa uma entrevista onde analisou o Relatório Situacional da Secretaria Municipal de Saúde pós intervenção. Na ocisão, ele atribuiu aos interventores conduta típica do nazismo, citando várias vezes o Hospital São Benedito como uma "câmara de gás", "sala de espera da morte" e "depósito de gente para morrer".
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Analisando o aumento no número de mortes nesse hospital apontado pelo relatório, Emanuel declarou que o quadro era considerado dramático.
"Nazistas cuiabanos, esse pessoal, o Gabinete de intervenção do Estado e seus superiores mataram o dobro de pais de família, sabendo que eles [pacientes] não tinham condições de ser transferidos para o Hospital São Benedito. Segundo relatos de técnicos, que explanaram aqui, o São Benedito dobrou o número de óbitos, sem pandemia, sem alta complexidade, porque o Hospital deixou de fazer cirurgias de alto complexidade. Sem nenhum motivo que pudesse justificar dobrou o número de óbitos, ou seja, transforaram o Hospital em uma câmara de gás”, disse Pinheiro durante a entrevista.
O prefeito de Cuiabá chegou a dizer ainda que o hospital era utilizando pela equipe de intervenção como uma sala de espera da morte. "Porque o que tá se falando aqui, é uma das coisas mais graves que eu já ouvi na minha vida pública. Mandavam seres humanos no São Benedito para morrer no São Benedito. Com certeza para diminuir o custo da saúde, porque paciente mal, ele precisa de UTI, UTI é cara!", afirmou.
Diante da repercussão, oito dos ex-interventores entraram com uma ação de danos morais contra o prefeito da Capital. O pedido tramita no 2º Juizado Especial Cível de Cuiabá, que ainda não decidiu sobre o caso.
Se vencerem o processo, a quantia de R$ 451 mil será dividida entre os oito interventores, sendo que cada um deverá receber R$ 56 mil.
O Gabinete Estadual de Intervenção na saúde pública de Cuiabá atuou entre março e dezembro de 2023.
Outro lado
O RepórterMT solicitou posicionamento do prefeito por meio da equipe de comunicação da prefeitura e aguarda retorno.