Lúdio: Responsáveis por tentativa de golpe têm que ser punidos de forma exemplar

RepórterMT

O petista destaca que o julgamento deve ser exemplar.

GUSTAVO CASTRO
KARINE ARRUDA
DO REPÓRTER MT

O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) afirmou, nesta quarta-feira (3), que os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 devem ser responsabilizados de "forma exemplar". A declaração foi dada em entrevista, quando ele foi questionado sobre o julgamento do chamado “núcleo crítico” no Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa as acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e generais aliados.

“É a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente da República está sendo julgado por uma tentativa de golpe de Estado. O Brasil que viveu vários golpes ao longo da sua história. Também é a primeira vez que generais estão no banco dos réus e todos com amplo direito de defesa, com respeito ao devido processo legal”, disse Lúdio.

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O parlamentar ressaltou que o julgamento deve seguir com normalidade e que o resultado precisa refletir a gravidade do episódio.

“Espero que os responsáveis pela tentativa de golpe, pelo planejamento de assassinato do presidente eleito, do vice-presidente eleito e de ministros da Suprema Corte, sejam punidos de forma exemplar. Aqueles contra quem não haja provas devem ser inocentados”, completou.

Sobre manifestações da militância de esquerda em torno do julgamento, Lúdio ponderou que não vê motivo para comemorações.

“Não temos que fazer festa para comemorar um julgamento. Precisamos virar de vez essa página triste da nossa história e focar em pautas importantes para o país”, avaliou.

Julgamento

O STF começou nesta semana o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado pela Procuradoria-Geral da República de comandar uma organização criminosa que planejou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. A denúncia aponta crimes como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, associação criminosa e dano qualificado contra a União.

A Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, tem até o dia 12 de setembro para concluir o julgamento. Se condenado, Bolsonaro poderá pegar mais de 40 anos de prisão. A defesa nega as acusações e sustenta que o processo é político.

Bolsonaro já cumpre prisão domiciliar desde agosto, após descumprir medidas cautelares. O julgamento tem repercussão internacional e é considerado um marco para a democracia brasileira.