ALCIONE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Arruda intimou a defesa do empresário Alan Malouf a fornecer, em 48 horas, a qualificação e o endereço das testemunhas do réu, sob pena de não ouvi-las em juízo. No mesmo despacho, a magistrada intimou os colaboradores e testemunhas de acusação da 3ª fase da Operação Rêmora, denominada "Grão Vizir", que investiga um esquema de fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT). Malouf é dono do Buffet Leila Malouf, em Cuiabá.
Nesta ação, além de Alan Malouf, figura como réu o engenheiro eletricista Edézio Ferreira da Silva. Eles respondem por organização criminosa e corrupção passiva.
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No mês de abril a magistrada já havia designado a audiência de instrução e julgamento dos réus. Pelas datas agendadas, os colaboradores da Justiça, com acordos homologados com o Ministério Público Estadual (MPE), serão os primeiros a serem ouvidos. As audiências dos empresários Giovani Belatto Guizardi e Luiz Fernando da Costa estão marcadas para o dia 30 de maio (terça-feira).
No dia 1º de junho, a mulher de Giovani, a empresária Jamylle Ayoub Grunwald Guizardi irá prestar depoimento, como testemunha arrolada pelo MPE. Assim como os empresários Ricardo Augusto Sguarezi e José Carlos Pena da Silva.
As testemunhas de defesa dos réus começam a serem ouvidas no dia 6 de junho. Alan Malouf arrolou no processo Silmar Esteves de Freitas, Zeuxis Ferreira, Robson Magalhães, Cezara Ormonde, Joari do Prado e Bratriz D’Ambros. Até o momento não houve registro de testemunhas arroladas pela defesa de Edézio.
Alan Malouf e Edézio Ferreira serão interrogados pela magistrada no dia 8 de junho.
De acordo com a assessoria de imprensa de Alan Malouf, o pedido da magistrada já foi atendido e todas as testemunhas arroladas pela defesa foram qualificadas e tiveram os endereços descritos no processo para a entrega da intimição da audiênca poder ser realizada pelo oficial de Justiça.
Grão Vizir
Esta é a terceira fase da Operação Rêmora, deflagrada em maio de 2016 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e que apura crimes de extorsão a empresários que firmavam contratos com a Seduc para obras de reforma e construção de escolas no Estado.
Durante as investigações, o empresário Giovani Guizardi, que é apontado como operador do esquema, fechou acordo de delação premiada e entregou o esquema.
Segundo a denúncia, Edézio teria alugado uma sala de reuniões para Giovani Guizardi realizar reuniões onde eram discutidas as fraudes. O engenheiro eletricista ainda realizava levantamento de valores que empresários recebiam da Seduc-MT. Após o pagamento às empreiteiras, ele comunicava Guizardi, responsável por fazer a cobrança de propinas.
O delator aponta o primo da sua mulher, o empresário Alan Malouf, como o líder esquema que cobrava propina de empreiteiros para repassar informações privilegiadas sobre as licitações da pasta.
O MPE ofereceu denúncia que derrubou o então secretário de Educação do Estado, Permínio Pinto.
Segundo os promotores, o esquema funcionava com três núcleos. Um deles era o de agentes públicos, que tinha participação dos servidores públicos, Fábio Frigeri e Wander Luiz dos Reis, cuja função era repassar as informações privilegiadas. Outro núcleo era o de operação, composto por Giovani Belatto Guizardi e outros empresários, que blindavam o então secretário da pasta e Alan Malouf e o núcleo dos empreiteiros, que conseguiam contratos de obras com o Governo do Estado de forma irregular. Luiz Carlos Ioris, Leonardo Botelho Leite e outros empreendedores estariam inclusos no grupo.
Confira a agenda de depoimentos:
30/05/2017
1 – Giovani Belatto Guizardi
2 – Luiz Fernando da Costa
01/06/2017
3 – Jamylle Ayoub Grunwald Guizardi
4 – Ricardo Augusto Sguarezi
5 – José Carlos Pena da Silva
06/06/2017
1 – Silmar Esteves de Freitas
2 – Zeuxis Ferreira
3 – Robson Magalhães
4 – Cezara Ormonde
5 – Joari do Prado
6 – Beatriz D’Ambros
08/06/2017
1 - Alan Ayoub Malouf
2 - Edézio Ferreira da Silva