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Cuiabá, 18 de Maio de 2024
18 de Maio de 2024

30 de Maio de 2017, 14h:30 - A | A

PODERES / PROPINAS NA SEDUC

Guilherme Maluf, Permínio e Alan Malouf ficavam com 75%, diz delator

O empreiteiro Giovani Guizardi diz que lucrou 10% da propina do esquema, enquanto o deputado Guilherme Maluf teria sido beneficiado com 25%, o empresário Alan Malouf com 25%, e o ex-secretário Permínio, representando o deputado Nilson Leitão, com 25%.

ALCIONE DOS ANJOS
DA REPORTAGEM



O empresário Giovani Guizardi, réu e delator da Operação Rêmora, confessou em depoimento à juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal, nesta terça-feira (30), que recebeu R$ 1,2 milhão, que seria referente à 10% da propina do esquema de fraudes em licitações de obras da Secretaria de Educação do Estado, no entanto ele não soube especificar o total que o grupo criminoso lucrou.

No depoimento ele também afirmou que 25% do dinheiro do esquema iria para o deputado Guilherme Maluf (PSDB), outros 25% para o empreário Alan Maluf e 25% para o então secretário Permínio Pinto, que ele diz que representava o deputado federal Nilson Leitão (PSDB).

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As declarações confirmam as acusações feitas por ele ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Em dezembro do ano passado Guizardi firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE) e apontou o empresário Alan Malouf, dono do Buffet Leila Malouf, como gerenciador do sistema, que teria o inserido no esquema, como operador.

Por meio de nota, o deputado Guilherme Maluf "reafirmou que não participou de nenhuma suposta irregularidade cometida na Secretaria de Educação e que confia na Justiça, onde provará sua inocência".

Cartas marcadas

Também em depoimento à magistrada, o empresário Luiz Fernando da Costa Rondon, proprietário da Luma Construtora, disse que foi abordado pelo grupo do esquema que exigiu dele o pagamento de 5% de propina sobre os contratos que viria a ganhar para fazer obras da Seduc. Ele confessou ter pago uma única vez, mas não recorda se foram R$ 4 ou R$5 mil. Ele foi um dos que não concordou com o valor pago de 5% e conseguiu desconto, baixando para 3,5%.

Rondon relatou que participou de reuniões com pelo menos 15 empresários para combinar a lista de obras, as empresas que fariam e as prioridades. A divisão combinada foi por região e para empresas que estavam sem obras. Ele afirmou que depois que pagou a primeira vez, se recusou a continuar pagando e não ganhou mais licitações

O emresário já havia confessado anteriormente o pagamento de propina ao ex-assessor especial Fábio Frigeri e ao empresário Giovani Guizardi para receber pagamentos pelos serviços prestados a pasta de Educação.

3ª Fase Rêmora - Grão Vizir

Denominada Grão Vizir, terceira fase da Operação Rêmora, que investiga esquema de propinas e fraudes em licitações de obras e reformas na Secretária Estadual de Educação (Seduc), foi deflagrada em 14 de dezembro do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

A ação culminou com o mandado de prisão preventiva contra o empresário dono do buffet Leila Malouf, Alan Malouf, além de buscas, apreensões e conduções coercitivas. Alan Malouf passou 10 dias preso no Serviço de Operações Especiais (SOE). Ele é apontado como um dos líderes do esquema de fraudes em licitações de obras da Seduc.

Após a prisão, o empresário prestou depoimento aos promotores que acompanham a operação Rêmora e rebateu as declarações do empresário Giovani Guizardi, réu e delator na mesma ação penal, dizendo que não é o líder da organização criminosa formada para cobrar propinas de empreiteiros com obras junto à Seduc, mas sim o próprio Guizardi.

Na época, o engenheiro Edézio Ferreira da Silva foi conduzido coercitivamente no dia 14 de dezembro e liberado na manhã seguinte (15), devido ao depoimento do empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, que depôs dia 12, ao juízo da 7ª Vara Criminal. O réu e agora colaborador da operação disse na oitiva, que no esquema, Edézio era o responsável por fazer os depósitos das propinas que eram indicados pelos membros da organização.

Além de efetuar os pagamentos ilícitos, Edézio também chegou a trabalhar para Guizardi quando alugou uma sala comercial no bairro Santa Rosa em Cuiabá. O lugar chamado pelo Ministério Público (MPE) de “quartel general” seria  usado para reuniões em que participavam o ex-secretário de Educação Permínio Pinto (PSDB), os ex-servidores, Fábio Frigeri e Wander Luiz dos Reis, o próprio Guizardi e o também delator Luiz Fernando da Costa Rondon, dono da Luma Construtora, entre outros.

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