FLÁVIA BORGES
DA REDAÇÃO
O ex-bichheiro João Arcanjo Ribeiro não conseguiu anular a condenação de 19 anos de prisão pelo homicídio do fundador do Jornal Folha do Estado, Sávio Brandão, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os advogados dele alegaram que a condenação, proferida em 2013, desrespeitou o tratado de extradição do ex-bicheiro, firmado entre o Brasil e o Uruguai, onde ele foi preso no ano de 2003.
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Arcanjo foi extraditado em 2006, acusado de falsificação de documentos. Porém, para que seja julgado pelos outros crimes que cometeu, haveria a necessidade da extensão da extradição.
Em razão do acordo, o comendador não poderia ser detido, julgado ou condenado no território brasileiro pelos delitos cometidos antes data da extradição. Caso isso ocorresse, poderia haver violação ao princípio da especialidade.
No dia 30 de setembro de 2002, dois homens em uma moto se aproximaram de Sávio, na frente do Jornal Folha do Estado, e o executaram.
A polícia apontou que a execução do empresário ocorreu devido às reportagens veiculadas no jornal de Sávio sobre negócios fraudulentos, irregularidades e jogatina ilegal que envolvia o então bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
Na edição de 14 de maio de 2001, a Folha chamou o ex-bicheiro de “Al Capone de Mato Grosso”, por exemplo, conforme consta da denúncia do MPE.
João Arcanjo Ribeiro foi preso em 2003 em Montevidéu, no Uruguai, depois que foi deflagrada em Mato Grosso a operação Arca de Noé, para desarticular o crime organizado no estado. Ele foi extraditado para o Brasil por determinação do ex-juiz Julier Sebastião da Silva, em 2006. Cumpriu pena em presídios federais brasileiros e, nesse mês, voltou a Mato Grosso.