RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O advogado Stalyn Paniago, responsável pela defesa do coronel Evandro Lesco, afirmou que para descobrir se placas - que compõem o sistema Wytron – pertencentes ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) foram usadas no esquema denominado “Grampolândia Pantaneira” basta solicitar à empresa responsável pelo fornecimento dos eletrodos para o Estado.
De acordo com o advogado, a comprovação é simples porque existe apenas um fornecedor desse tipo de placa no país.
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“De que forma isso pode ser elucidado? É muito simples. Nós temos uma única empresa no país que fornece essas placas para o Estado de Mato Grosso", observou.
“Basta solicitar às autoridades, perante a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual [MPE], onde estão estas placas”, sugeriu o advogado de Lesco.
O fato veio à tona depois que Evandro Lesco revelou em depoimento ao juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar de Cuiabá, no início da noite de terça-feira (16), que o cabo Gerson Corrêa Junior lhe disse que o ex-procurador-geral de Justiça Paulo Prado, do MPE, foi o responsável por doar as duas placas eletrônicas usadas para grampear políticos, advogados, jornalistas durante o Governo Pedro Taques (PSDB).
"Uma placa foi para a Polícia Civil e outra para o Ministério Público Estadual. Então basta a empresa confirmar se realmente essa assertiva é correta. Por outro lado, basta solicitar às autoridades, perante a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual [MPE], onde estão estas placas”, sugeriu.
"Uma placa foi para a Polícia Civil e outra para o Ministério Público Estadual. Então basta a empresa confirmar se realmente essa assertiva é correta".
“O que foi ponderado no interrogatório do coronel Evandro Lesco é que o cabo Gerson externou a ele que as placas, do sistema denominado Wytron, eram pertencentes ao Gaeco. Segundo o cabo relatou [ao Lesco], sob a guarda do Gaeco, elas foram repassadas ao então procurador-geral Paulo Prado. De que forma elas culminaram com a chegada nãos mãos do coronel Zaqueu [Barbosa] e, posteriormente, no que se denominou Núcleo de Inteligência da Polícia Militar, isso ele [o Lesco] não sabe. Gerson reconheceu as placas porque ele trabalhou com elas”, explicou.
No entanto, Lesco não soube informar para quem Paulo Prado teria repassado os equipamentos e nem como chegaram aos militares acusados de arapongagem.
"Se as placas não tivessem sido doadas pelo procurador Paulo Prado nós não estaríamos aqui", disse Lesco em seu depoimento.
No depoimento, o ex-secretário da Casa Militar destacou ainda que o plano para montar uma central de escutas clandestinas partiu do ex-governador Pedro Taques e o advogado Paulo Taque em 2014. Inclusive, o ex-chefe do Executivo teria mandado grampear o próprio vice, Carlos Fávaro por questões políticas. O tucano queria saber quais tratativas seu aliado estava fazendo dentro do Governo do Estado (veja mais aqui).