Carmen Sherner
Há dias que a gente se sente sem abrigo.
Sem amigo sem contigo.
As vezes a gente se pergunta para que ?porque ? Para onde ? Onde o começo ? Quando o final?
Ressureição?
Renascimento?
Ou nao?
Mesmice?
Disse me disse…
Ou nada?
Chanchada…
O que fazer?
Nada fazer?
O que beber?
O que comer?
Onde encontrar?
Quem encontrar?
Fulano?
Beltrano?
Sicrano?
Esquinas?
Becos?
Ladeiras?
Túneis?
Quatro paredes?
Sacada?
Mancada…
Onde a saída?
Tem saída?
Traída…
Distraída…
Recaída…
Extraída…
Decaída…
Caída…
Procura…
Alguma…
Nenhuma…
Suma…
Arruma…
Meu chão…
Solidão…
Fujo…
Do dito cujo ah ah
Bloqueio…
No meio…
Devaneio…
Sonho…
Me ponho…
Me oponho…
Me trajo…
Me encorajo…
Viajo…
Me engajo…
No azul do céu…
Nuvem e véu…
Na terra…
No Ar…
No Mar…
Na água…
Deságua…
Cachoeira…
Sem eira…
Nem beira…
Cata…
Verde mata…
Flores..
Pássaros…
Cantos…
Tantos…
Assobios…
Mios…
Buzina…
Desatina…
Surdina…
Carranca…
Tranca…
O trânsito…
Mundo meu…
E eu?
Onde estou?
Para onde vou?
Irei?
Não sei!
Com quem?
Ninguém!
Vou além…
Me abrigo…
Me obrigo…
Me brigo…
Deus comigo!
Cuiabá, 20 de novembro 2022
Carmen Scherner é filósofa, professora fundadora da UFMT