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Cuiabá, 12 de Outubro de 2024
12 de Outubro de 2024

15 de Novembro de 2014, 08h:32 - A | A

OPINIÃO /

Quero segurança

Assassinato de contadora em mercado expõe a insegurança em Várzea Grande

TÂNIA MATOS



É incrível como algumas pessoas tem o dom de superar sua dor com resignação e ainda transformar sua tristeza em energia positiva!

Conheci Diego Souza, viúvo de Ana Cláudia Alves da Silva, uma contadora de 27 anos, grávida, morta dentro de um mercado, após reação de um agente da lei a uma tentativa de assalto segundo investigações da polícia civil. 

Esse rapaz foi um dos organizadores do ato público “Chega de Violência”, que aconteceu na quarta-feira, dia 12, na Praça da Todimo, às 17 horas. 

No seu olhar paira um misto de desapontamento e esperança e do seu íntimo fluem sentimentos de indignação e amor, sim amor! Porque só uma pessoa com muito amor no coração é capaz de pensar, num momento de intenso sofrimento próprio, em outras que ainda podem vir a ser vítimas de violência dessa natureza.

Amigos, conhecidos e empresários compadecidos pela sua aflição resolveram se unir em torno de uma causa: somar forças para melhorar a segurança pública da Cidade Industrial. 

Esse grupo, além de pagar os impostos de praxe, está disposto a colocar a mão no bolso para, por exemplo, arrumar as motos da Polícia Militar que estão em desuso por defeito mecânico. Por óbvio, irão cobrar medidas eficazes da Câmara e da Prefeitura, em áreas que são da competência destes entes.

Nos primeiros dez dias do mês de Novembro, foram 13 assassinatos no município, e oito na capital. Contabiliza-se, portanto, mais de um homicídio por dia em Várzea Grande. E as previsões para o próximo ano não são boas, pois, em 2014 não foi aberto concurso público para a Polícia Militar. 

O resultado do concurso aberto em Novembro de 2013, foi divulgado e homologado no final do mês de agosto deste ano para preencher 1200 vagas, o que só supre um déficit de profissionais que estão se aposentando ou se demitindo nos últimos quatro anos. Como os policiais precisam passar por um curso de formação, não se tem conhecimento de quando tomarão posse.

Com a troca do comandante regional e militância dos presidentes municipais dos Conselhos de Segurança verifica-se uma melhora sensível na presença da Polícia nas ruas: blitz, viaturas estacionadas em lugares estratégicos, reuniões com moradores de bairros mais atingidos pelo índice de violência e até o retorno na Força Tática, que havia saído de Várzea Grande temporariamente para atender a segurança em Cuiabá durante os jogos da Copa. 

Mas a população ainda não se sente segurança, e esta precisa fazer sua parte: denunciar, comparecer em audiência para testemunhar crimes de que tenha conhecimento e cumprir com suas obrigações de cidadão.

Segurança Pública não se limita à polícia ostensiva, mas principalmente a uma boa gestão do município: iluminação pública, pavimentação e conservação de ruas (os buracos favorecem os assaltos), limpeza dos terrenos públicos e privados (implantação efetiva do IPTU progressivo fazendo cumprir a lei) e é claro: regularização de doações de terrenos para a construção de companhias de polícia e outros serviços que fortaleçam a rede de segurança pública.

Os integrantes do movimento não pretendem promover um único ato, mas tornarem fiscais daqueles que recebem dinheiro público para representar a população. 

Vamos Agir, Várzea Grande!!!

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