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Cuiabá, 12 de Outubro de 2024
12 de Outubro de 2024

28 de Maio de 2014, 15h:25 - A | A

OPINIÃO / LAURA NABUCO

Cadê a festa?

O atraso nas obras que seriam para a Copa do Mundo encobriram a parte boa do Mundial.

LAURA NABUCO



A festa já deveria ter começado. Em Copas passadas, sediadas em outros países, no mês que antecedia o início dos jogos as ruas já estavam enfeitadas de verde e amarelo e bandeiras tremulavam nas janelas de casas e carros.

Semanas após o sorteio das chaves e, especialmente, o anúncio dos convocados para a seleção brasileira, não se falava em outra coisa. 

Mas em 2014, o ano em que a Copa será no Brasil, a empolgação com os jogos só é vista em comerciais na televisão, que, por sinal, soam extremamente forçados. 

A poeira das obras, ou melhor, do atraso nas obras que seriam para a Copa do Mundo encobriram a parte boa do Mundial. O brasileiro e, principalmente, o cuiabano não têm o que comemorar. 

Afinal, faria diferença uma rua enfeitada em meio a uma cidade destruída por projetos que, até saíram do papel, mas não foram concluídos e nem dão sinal de quando serão? 

E, em Mato Grosso, em tempos de operação Ararath, prisão de políticos renomados e suspeitas sobre praticamente todo o poder público, há espaço para clima de festa por conta de quatro jogos entre seleções de países distantes e com um futebol não tão bom assim? 

A impressão que se têm é que esse conjunto de acontecimentos – e de “não-acontecimentos”, no caso das obras - fez o povo perder a noção do tempo. “A seleção já está reunida na granja Comary? Será que estamos mesmo tão perto assim do início da Copa?”, imagino as pessoas se perguntando.

Sem os avanços prometidos e, principalmente, diante do caos instalado, há quem defenda a mudança de sede, o que obviamente já não é mais possível, mas até aparenta ser uma medida bem sensata; e quem condene esse pensamento, afirmando que, depois de tantos gastos, indícios de corrupção e sofrimento, tirar do povo também a parte boa da Copa seria mais um "atentado" contra o brasileiro, o que também não deixa de ter seu sentido. 

E, em meio a tantas expectativas frustradas, todas as esperanças se depositam na nossa seleção. Se antes mesmo da Copa das Confederações - que, aliás, foi vencida por nós - manifestações populares gigantescas já tomaram conta do país; muita gente vai desejar não estar no Brasil, caso o campeão mundial seja outro neste ano. 

LAURA NABUCO é editora de Política do jornal Diário de Cuiabá.

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