KAROL RODRIGUES
ESPECIAL PARA O REPÓRTERMT
Passada a Copa do Mundo, mais funcionários das obras dos Centros Oficiais de Treinamento (COT), em Cuiabá e Várzea Grande, foram demitidos e as obras, que têm prazo processual para agosto desse ano, continuam praticamente paradas.
O ex-funcionário José Antônio Jacinto, que era encarregado de carpintaria do COT da UFMT, afirmou ter sido demitido na última sexta-feira (25), por telefone, e ainda, sequer recebeu seu acerto, marcado pela empresa para esta segunda (28). “Marcaram comigo no sindicato, mas ninguém da empresa apareceu. Se não pagarem vou ter que entrar na Justiça para receber”. Segundo José Jacinto, cerca de 40 funcionários estão apenas cumprindo aviso prévio nas obras.
Nos dois COTs, cerca de 240 funcionários foram dispensados ou tiveram seus salários reduzidos. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (Sintraicccm), Joaquim Dias, cerca de 80 funcionários entraram com ação judicial contra as empresas.
Uma audiência está marcada para 18 de agosto, em que participarão alguns trabalhadores e representantes da Engeglobal e Três Irmãos, empresas responsáveis pela obra. A partir dessa reunião, o sindicato poderá atuar na defesa dos trabalhadores.
O presidente disse ter passado pelo entorno das obras na manhã de hoje, onde poucas pessoas estavam trabalhando. "Não vi muita movimentação. A maior parte do pessoal está mobilizado contra as empresas”.
Os trabalhadores entraram em greve no dia 09 de julho, alegando redução de até 80% o salário, corte de benefícios, e assédio moral. “As duas empresas ainda não depositaram nem sequer o INSS e o fundo de garantia dos funcionários. Eles [os funcionários] disseram receber o aviso de que, se quisessem receber salário, teria que ser desse jeito”, explica Joaquim.
Secopa
A assessoria da Secopa informou, por meio de nota, que desde o início da greve acompanha as negociações, mantendo contato com a direção da empresa. Informa ainda que notificou o consórcio construtor para que a questão seja solucionada o mais rápido possível e solicitou um novo cronograma para saber o impacto no andamento da obra.
Mesmo reconhecendo que esta é uma obra de maior complexidade e que o prazo contratual de conclusão da execução já está próximo, foi informado pela assessoria que a Secopa que ainda não foi recebida resposta das empresas responsáveis, referente a prazo ou solução para a greve dos funcionários.