ALINE FRANCISCO
DA REDAÇÃO
Vários desafios cercam a cadeira do próximo governador do Estado. Além dos projetos básicos que devem ser implementados na área, educação e segurança, o novo chefe do Executivo vai ter que enfrentar as sobras da Copa do Mundo, que não foram concluídas dentro do cronograma ou porque apresentaram problemas. Dois exemplos já se concretizaram, a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e a obra do Viaduto Jamil Boutros Nadaf, popular Viaduto da Sefaz.
De acordo com o analista político João Edisom de Souza, a falta de compromisso com a entrega de obras dentro do cronograma estabelecido é uma ‘brecha’ encontrada na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Não existe na Lei a obrigatoriedade de se entregar a obra, isso faz que com que ela seja repassada para a próxima gestão, podendo se tornar verdadeiros elefantes brancos, exemplo disso é o Hospital Central, que está parado há mais de 30 anos, e nenhum governo conclui”. O analista avalia ainda que obras inacabadas se tornam palanques políticos nesta eleição.
Com relação às obras do Viaduto da Sefaz, que foi recentemente interditado totalmente para que fosse feita a reestruturação do elevado, João Edisom afirmou que a conclusão da obra, nesse caso específico é incerta. “A obra já foi entregue, isso quer dizer que já foi totalmente paga. Agora, a conclusão é incerta, como ficou por conta do Consórcio concluir a ‘reforma’, em caso de falência ou qualquer coisa no sentido, ninguém terá a responsabilidade de concluir”, explica.
O viaduto foi entregue no dia 10 de fevereiro deste ano e, antes mesmo da inauguração, todo o asfalto teve que ser trocado, devido à má qualidade da obra, que teve custo de R$18 milhões aos cofres públicos. O Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande identificou, após uma análise detalhada, a necessidade de manter o local interditado por mais 120 dias. No local foi identificada a necessidade de refazer o serviço de reestruturação do elevado.
O viaduto faz parte do complexo de obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que custará R$ 1,4 bilhão aos cofres do Estado, e será outra herança deixada por Silval Barbosa (PMDB). O VLT já teve diversas datas de entrega marcadas, mas até o momento nenhuma delas foi cumprida.
Até o momento, nem mesmo o trecho que ligaria o Aeroporto Marechal Rondon – Várzea Grande – ao Porto – Cuiabá – foi concluído. Os trilhos que darão passagem ao modal, já foram instalados na Avenida João Ponce de Arruda, nas proximidades da cabeceira da pista do Aeroporto, com um trecho suspenso, e retomado no interior da Trincheira do Zero.
O modal terá a extensão de 22 km, com 32 estações de integração, todas com sinalização semafórica para o pedestre ter acesso ao ‘ponto de parada’. O trecho que o modal percorrerá será divido em duas linhas, o primeiro eixo do Aeroporto até o CPA, e a segunda do Centro até o Coxipó.
O VLT será composto de 40 locomotivas, com sete vagões, sendo cada um com 43 m de comprimento, podendo transportar até 420 pessoas por viagem, enquanto, para o mesmo transporte seriam necessários pelo menos seis ônibus comuns. O tempo de espera máximo será de cinco minutos durante os intervalos dos horários de pico, e nos horários críticos a espera será de até três minutos. O trecho do Aeroporto até as estações finais do Coxipó ou da Avenida do CPA será de 28 minutos.