MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Investigado por lavagem de dinheiro, no processo oriundo da Operação Ararath, o ex-secretário adjunto do Tesouro, Vivaldo Lopes, ganhou na Justiça um tempo a mais para responder pelas acusações de participação em um esquema de crimes contra o sistema financeiro.
Uma decisão do juiz federal Jeferson Schnneider desmembrou o processo de Vivaldo, do processo no qual são réus o ex-secretário de Fazenda do Estado, Eder Moares, sua esposa Laura Dias e o superintendente regional do Bic Banco, Luiz Carlos Cuzziol.
O pedido da defesa foi embasado em que o caso de Vivaldo seria diferente dos demais porque ele não poderia ser interrogado pela Justiça antes que seja finalizada a perícia contábil, envolvendo transações feitas entre ele, Eder Moares e o agiota Gércio Marcelino Mendonça Júnior, hoje delator do processo.
“O processo em relação ao Vivaldo não poderia avançar e como o processo envolve o preso [Eder Moraes] o juiz necessariamente teria que desmembrar acolhendo esse pedido que foi feito pela defesa e julgar num processo réu preso e em outro processo aquele que aguarda a perícia”, argumentou o advogado Ulisses Rabaneda, que responde pela defesa de Vivaldo.
A defesa de Eder ainda tentou impedir a mudança e pedindo a revogação do desmembramento alegando que o julgamento de Eder seria prejudicado, mas o pedido foi negado pelo Juiz.
Ao fim da audiência de interrogatório de Eder Moares, o advogado Paulo Lessa, que faz a defesa do ex-secretário explicou os motivos de tentar reverter a decisão.
“Tem interesse da defesa do Eder também em ver a perícia e fazer perguntas e ver as perguntas dos demais réus, mas foi indeferido”, pontuou.
Com a decisão, Vivaldo deve ser interrogado somente após a conclusão da perícia contábil. Já Eder Moraes continua a prestar depoimento nesta sexta-feira (08). Com o fim das oitivas de Eder o juiz Jeferson Schneider deve anunciar as datas em que serão ouvidos os réus Laura Dias e Luiz Carlos Cuzziol.
VIVALDO NA ARARATH
Vivaldo, que foi adjunto de Moraes na Secretaria de Fazenda, tem sua participação no esquema investigado de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro, apontada a partir de transferências bancárias para conta de sua empresa, feitas pelo agiota, Gércio Marcelino Mendonça Júnior, que seria o ‘testa de ferro’ de Eder no ‘sistema’ que usava várias movimentações financeiras para dificultar o rastreamento dos recursos.
As transferências feitas por Júnior Mendonça, hoje delator do processo, para a empresa Brisa Consultoria de janeiro a março de 2010 somam R$ 520 mil.
Em fevereiro de 2014 a Brisa Consultoria foi alvo de busca e apreensão da quarta fase da Operação Ararath, quando apreenderam documentos que interligavam transações entre a empresa, Vivaldo, Eder Moraes e o time de futebol, então presidido por Eder, o Mixto Esporte Clube.