EDUARDA FERNANDES
DO REPÓRTERMT
O cantor sertanejo Ewerton Zanatta, morto a tiros após uma briga de trânsito no sudoeste do Paraná na manhã de hoje (24), deixou também uma história construída em Cuiabá no início dos anos 2000. O músico fez dupla com Rodrigo Mangalarga durante vários anos e participou da cena sertaneja da capital em casas de shows, feiras e eventos. Ele deixa uma filha de 20 anos que mora em Sorriso (a 398km de Cuiabá), em Mato Grosso.
Rodrigo conta que manteve contato com Ewerton ao longo dos anos. Há cerca de duas semanas, falou com o amigo por telefone e disse que estava voltando a cantar. Ewerton, que vivia em Marmeleiro, no Paraná, recebeu a notícia com entusiasmo.
“Nos anos 2000 a gente fez a dupla, gravamos um DVD juntos, Mangalarga e Montenegro. A ideia era viajar pelo estado. Acabamos indo para as cidades mais perto. Tocávamos no Gerônimo, lançamos a dupla lá, levamos várias pessoas, foi muito legal. Ele era um parceiro excepcional, músico nota 10, um excelente cantor e intérprete. Para mim foi uma honra”, afirmou.
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O surgimento da dupla aconteceu de maneira despretensiosa. Segundo Rodrigo, o nome foi escolhido por Eduardo Carvalho, empresário deles na época. Ele lembra de um churrasco na casa de Eduardo, quando começaram a cantar e chamaram atenção dos vizinhos.
“Estávamos na piscina da casa do Eduardo. Cantamos lá, e a casa era cercada de prédios. Várias pessoas bateram palma e o Eduardo falou que a gente tinha que cantar junto. Ele teve a ideia do DVD, colocou a dupla no Programa Vip. Fizemos bastante show”, contou.
Eduardo também lamentou a morte do ex-integrante da dupla. “Que tristeza. Eu montei essa dupla há uns 25 anos. Faziam sucesso por onde passavam. Por desentendimentos pessoais a dupla se desfez e o Ewerton foi embora.”
O período marcou a carreira dos dois em Cuiabá. A dupla se apresentou com casa cheia em pontos tradicionais da cidade, como o Esquinão e Gerônimo, espaços que tiveram forte movimentação artística na época.
“Foi uma época muito boa. Tivemos êxito, praticamente inauguramos a casa. Era sempre lotada para ouvir Mangalarga e Montenegro”, lembrou Rodrigo.
Em tom leve, ele também recorda o carisma do parceiro. “Eu brincava que, quando eu cantava sozinho, não trazia tanta mulher bonita. Ele era um cara bonitão e os shows viviam cheios de mulher bonita.”
Rodrigo afirma que guarda boas lembranças da dupla e destaca o talento de Ewerton. “Foi uma bênção de Deus essa dupla. São lembranças que não se apagam. Ewerton foi excepcional. Um cantor, intérprete, tocava muito bem country americano. Um cara bonito, cheio de vida.”
A morte do músico segue investigada pela Polícia Civil do Paraná.
