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Cuiabá, 15 de Setembro de 2025
15 de Setembro de 2025

15 de Setembro de 2016, 10h:10 - A | A

JUDICIÁRIO / "FELIZ ANIVERSÁRIO"

Operação Sodoma completa um ano com 'cabeças' de esquema presos

Silval Barbosa, Marcel de Cursi, Sílvio César Corrêa e José Cordeiro são os últimos réus que ainda permanecem presos, segundo suas defesas, por se recusarem a confessar.

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



Há exatamente um ano era deflagrada a operação que deu início à uma série de revelações sobre a corrupção no governo do Estado durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). A Operação Sodoma, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração (Defaz) prendia, no dia 15 de setembro de 2015, os ex-secretários da Casa Civil e da Fazenda, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi. O ex-governador também era alvo de prisão, mas foi avisado por uma mulher de que seria preso e conseguiu escapar por dois dias, se entregando apenas no dia 17 daquele mês.

Somente quatro permanecem presos: o ex-governador Silval Barbosa, apontado o “líder” da organização criminosa, o ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi, acusado de ser o “mentor intelectual” do grupo, o ex-chefe de gabinete Sílvio César Corrêa Araújo e o ex-secretário-adjunto de Administração José de Jesus Nunes Cordeiro.

Dentre quatro fases das investigações, o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou 17 pessoas envolvidas no esquema de corrupção que perpassou por diversas secretarias de Estado e empresas. Das 11 pessoas que foram alvos de mandados de prisão, atualmente, somente quatro permanecem presos: o ex-governador Silval Barbosa, apontado o “líder” da organização criminosa, o ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi, acusado de ser o “mentor intelectual” do grupo, o ex-chefe de gabinete Sílvio César Corrêa Araújo e o ex-secretário-adjunto de Administração José de Jesus Nunes Cordeiro.

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O fato de todos os réus, que se tornaram delatores do esquema, terem conseguido a revogação de prisão decretada pela juíza Selma Rosane Santos Arruda com parecer favorável da promotora Ana Cristina Bardusco, fez com que os advogados de defesa dos que continuam presos passassem a tecer críticas à condução do processo, uma vez que o direito de permanecer calado é uma estratégia de defesa que não pode ser utilizada como requisito para revogação de prisão.

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O caso

A operação investigava, inicialmente, fraudes na concessão de benefícios fiscais por meio do Prodeic (Programa de Desenvolvimento Econômico e Industrial). Por meio da delação do empresário João Batista Rosa, dono da Tractor Parts, que afirma ter pago R$ 2,6 milhões em cheques da empresa para Pedro Nadaf a título de propina, para não perder os incentivos fiscais, é que as prisões foram decretadas. Naquele momento, o ex-procurador-geral do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima, também era investigado, mas não foi alvo de prisão.

Na tarde do dia 17 de setembro, Silval Barbosa, então considerado foragido, se apresentou na Sétima Vara Criminal de Cuiabá, para prestar explicações à juíza Selma Rosane Santos Arruda, que decretou sua prisão. Mas o depoimento não ocorreu e ele foi encaminhado diretamente para o Corpo de Bombeiros do bairro Porto. Até hoje, o ex-governador e sua defesa não revelaram onde ele estava escondido naqueles dois dias em que esteve foragido da Justiça.

Novas fases

Após a fase de audiências de instrução da Sodoma 1, finalizada em fevereiro deste ano, cerca de duas semanas depois, no dia 11 de março, a Defaz deflagrou a segunda fase da Sodoma, quando Silval, Nadaf, Cursi e Karla Cecília de Oliveira Cintra, ex-secretária de Pedro Nadaf na Fecomércio, foram novamente alvos de prisão. No entanto, dois novos nomes surgiram no esquema: o ex-secretário de Estado César Roberto Zílio e o empresário Willians Paulo Mishcur,dono da Consignum.

Nessa fase, a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE) investigavam como os cheques recebidos como propina por Pedro Nadaf havia ido parar na compra de um terreno de R$ 13 milhões na Avenida Beira Rio, no bairro Grande Terceiro, cujo contrato estava em nome do pai de Zílio e de Mischur.

Recentemente, já em audiência de instrução referente a essa fase, Zílio e Mischur contaram à juíza Selma Arruda que o empresário era extorquido por Zílio para ter seu contrato de margem de crédito consignado mantido com o Estado. Com esse dinheiro e mais os cheques que Nadaf repassou para Zílio como pagamento de 1,2 mil cabeças de gado é que o ex-secretário de Administração comprou o terreno e, para não figurar como dono e, com isso, levantar suspeitas, também ameaçou Willians para que assinasse o contrato do terreno em troca de ter mantido os negócios com o Estado.

Em 22 de março deste ano, veio a terceira fase da operação Sodoma, que teve como alvo o também ex-secretário de Administração, Pedro Elias Domingos, que foi delatado por Willians, já que após a saída de Zílio da Secretaria de Estado de Administração (SAD), ele teria sido obrigado a manter o pagamento de propina a Pedro Elias. Com sua prisão, Pedro Elias, por sua vez, envolveu o nome do filho do ex-governador Silval Barbosa, o médico Rodrigo Barbosa, de quem era amigo e a quem devia a indicação para ter entrado no staff de governo da antiga gestão.

Rodrigo foi preso no dia 24 de abril deste ano após Pedro Elias dizer que após ter sido preso, soube que o apartamento onde escondia documentos relativos à propinas teria sido arrombado e os documentos furtados. Como o apartamento fica no mesmo prédio em que mora Rodrigo Barbosa, ele foi considerado o responsável pelo arrombamento e acabou preso. Rodrigo também foi apontado pelo MPE como o “braço direito” do pai na identificação de empresários que pudessem vir a ser extorquidos e na lavagem de dinheiro. No mês passado, a perícia apontou que não houve arrombamento no apartamento alegado por Pedro Elias.  

 

 

 

 

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antunes silva 15/09/2016

PARABENS PRA TODOS....O BOL0 TEM QUE SER GRANDE

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1 comentários