RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
Um relatório técnico, elaborado pelo Centro de Apoio às Promotorias de Justiça (CAOP), apontou que a Ponte de Ferro, localizada no Distrito da Guia, em Cuiabá, corre o risco de desabar caso continue sendo utilizada como passagem. O estudo, que mostra vários problemas estruturais da madeira e corrosão na estrutura metálica levou o Ministério Público do Estado (MPE) a pedir a interdição do local até que os problemas sejam solucionados.
O promotor do caso, Carlos Eduardo Silva, pede à Justiça que a ponte não seja rota de passagem de pessoas. O local é atrativo turístico da região e foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico pelo Estado de Mato Grosso.
O promotor afirma que os problemas estruturais verificados colocam em risco não apenas a integridade física da população, que faz uso do logradouro, mas também à característica original do bem.
“O bem em questão trata-se de obra de infraestrutura urbana e, por servir de ligação e continuidade de via pública municipal localizada no Distrito da Guia, a ponte constitui-se como extensão do pavimento/logradouro, sendo, portanto, bem público de uso comum de responsabilidade do município”, explicou o promotor de Justiça.
Além disso, o promotor pede ainda, a condenação do município de Cuiabá na obrigação de realizar, no prazo máximo de 90 dias, as obras de conservação para viabilizar a utilização segura e regular da ponte. A ação civil pública foi proposta no dia 03 de novembro.
PONTE DE FERRO DA GUIA
A antiga Ponte de Ferro foi construída em 1907 com peças trazidas da Inglaterra. À época, a produção de ferro no Brasil era mínima e o uso do cimento escasso. A travessia teve um papel fundamental no escoamento da borracha. A ponte deixou de ser usada intensivamente depois da abertura da MT-010, que substituiu à antiga MT-400. (Com assessoria).