JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A Justiça negou o pedido da defesa do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro para que ele fosse transferido para um presídio da Grande Cuiabá, dois dias antes do júri popular, que irá enfrentar no próximo dia 10 de setembro, no Fórum de Cuiabá. A decisão foi indeferida pela juíza da 1ª Vara Criminal da capital, Mônica Catarina Perri, e publicada no Diário Oficial de Justiça desta quinta-feira (3).
A magistrada rebateu o dizendo que a vinda do réu para capital, poderia atrapalhar o plano de segurança já traçado . Além disso, a juíza destacou que a defesa já ‘entrevistou’ o acusado por três vezes.
Arcanjo, que está preso desde outubro de 2007 em um presídio federal de Porto Velho (RO), será julgado como mandante dos assassinatos dos empresários Fauze Rachid Jaudy Filho e Rivelino Jacques Brunini, além da tentativa de homicídio contra Gisleno Fernandes, em 2002.
Conforme a decisão, a defesa elenca que precisa do réu em solo cuiabano, dois dias antes do julgamento, para poder entrevistá-lo. Os advogados destacam que o ex-bicheiro pode ficar preso em uma cela isolada de um presídio da capital, como a Penitenciária Central do Estado (PCE), já que foi policial civil e não poderia ter a integridade física preservada. Ou no presídio militar, localizado na cidade de Santo Antônio do Leverger (33 km da capital).
A defesa pediu que Arcanjo ficasse em uma cela especial do antigo Pascoal Ramos, em Cuiabá, ou no presídio militar de Santo Antônio do Leverger
Sobre isso, a magistrada rebateu o argumento dizendo que faltam poucos dias para o julgamento e a vinda do réu para capital, poderia atrapalhar o plano de segurança que os agentes da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos estão traçando. Além disso, a juíza destacou que a defesa já ‘entrevistou’ o acusado por três vezes.
“De acordo com as condições e regras estabelecidas pela Penitenciária (Federal de RO), onde se encontra o recolhido. Ademais, terá oportunidade de assim proceder antes do início do julgamento, assegurando-se, pois, a ampla defesa”, explicou.
Arcanjo era pra ser julgado no dia 30 de julho deste ano, porém diante da mudança de advogados o julgamento dele foi adiado (para 10 de setembro). No entanto, os pistoleiros o ex-policial militar Célio Alves de Souza, de 49 anos e o uruguaio Júlio Bachs Mayada, de 65 acabaram sendo julgados e condenados a 46 anos 10 meses e 41 anos respectivamente.
O ex-bicheiro cumpre 19 anos de prisão pela morte do empresário Sávio Brandão.
O ex-bicheiro cumpre 19 anos de prisão pela morte do empresário Sávio Brandão.
O CASO
De acordo a denúncia do Ministério Público Estadual, Brunini foi morto por contrariar regras clandestinas impostas pelo então bicheiro Arcanjo, que explorava o ramo das máquinas caça-níqueis. Brunini associou-se a um grupo do Rio de Janeiro, que pretendia acabar com o monopólio local de Arcanjo.
O alvo do pistoleiro Hércules seria apenas Brunini, mas morreu também Jaudy, que estava com ele em uma mecânica, na avenida do CPA. Ambos foram alvejados , assim como o pintor Gisleno, que escapou com vida.
O ex-bicheiro cumpre 19 anos de prisão pela morte do empresário Sávio Brandão.