RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
A juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7° Vara Criminal de Cuiabá, determinou a quebra do sigilo telefônico do advogado Julio César Domingues - que está preso, há pouco mais de 100 dias, no Centro de Custódia da Capital, devido ao desdobramento da “Operação Ventríloquo”, que apura desvio de dinheiro público na ordem R$ 9,5 milhões da Assembleia Legislativa de MT - pela suspeita de extorquir o deputado Romoaldo Junior (PMDB), que foi presidente da Casa de Leis.
Na decisão, do dia 30 de novembro, Selma Arruda alega que, apesar da extorsão não ser objeto de investigação por parte de autoridade policial ou do Grupo de Atuação Especializado de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a medida é necessária para analisar a periculosidade do réu.
“A quebra de sigilo telefônico só é possível quando se trata de apuração de crime apenado com reclusão com pena superior a quatro anos. Não se trata de apuração deste crime. Porém, nada obsta que se solicite a vinda dos dados cadastrais referentes aos terminais telefônicos indicados por Juliano Jorge Boraczynski, portanto, defiro o pedido”, determina a magistrada.
Na decisão, do dia 30 de novembro, Selma Arruda alega que apesar da extorsão não ser objeto de investigação por parte de autoridade policial ou do Gaeco, a medida é necessária para analisar a periculosidade do réu.
As investigações da “Ventríloquo” apontam que o advogado Júlio César seria lobista de um esquema e o intermediário entre o ex-deputado estadual, José Riva (sem partido), que também foi preso na segunda fase da “Operação Metástase” a "Célula-Mãe", o também advogado Joaquim Mielli, atual delator do Ministério Público Estadual (MPE).
Ainda segundo as investigações do MPE, os desentendimentos financeiros fizeram com que Júlio César ameaçasse Mielli de morte.
Isso porque à época, ambos teriam acordado que a metade dos R$ 9,5 milhões desviados da Poder Legislativo seria depositada na conta de empresas indicadas pelo ex-presidente da Assembleia, José Riva, sendo que a outra metade na conta de Júlio Cesar para em seguida fosse repassada a Joaquim, naquele momento ele era o responsável pela defesa do banco HSBC Seguros. Mas o pagamento ílicito não foi feito, neste momento, o ex-advogado do HSBC resolveu denunciar o comparsa.
OPERAÇÃO
As investigações começaram com o desenrolar da “Operação Ararath”. Por isso o nome metástase, se referindo ao "câncer da corrupção", que se espalhou a partir dos tubarões investigados da Ararath para os "lambaris" que os cercavam. A suspeita é de que os investigados desviavam dinheiro da verba destinada aos gabinetes, para compra de suprimentos. Clique e saiba mais.