JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O delegado da Delegacia Municipal de Santo Antônio do Leverger (33 km de Cuiabá), Marcel Gomes, terminou o inquérito criminal do assassinato do ex-secretário de Infraestrutura, Vilceu Marchetti, e manteve as autuações contra o caseiro, Anastácio Mafafron, por homicídio doloso, praticado por motivo passional.
O réu confessou ter matado a vítima com três tiros, no quarto de uma fazenda, próxima ao município de Barão do Melgaçço (120 km da capital), na noite do dia 7 de julho deste ano, após ter flagrado Marchetti apalpando as nádegas da sua esposa.
Ao RepórterMT, o delegado explicou que após o Ministério Público Estadual (MPE), não ter aceitado a denúncia do inquérito, feito pelo antigo delegado do caso, Sidney Côrrea, o promotor de Justiça, Natanael Moltocaro, exigiu que Marcel realizasse novas 17 diligências.
Segundo o delegado, 15 diligências já foram cumpridas, duas delas devem ser executadas somente no início de outubro. “A últimas duas diligências são os depoimentos da dona da Fazenda, onde ocorreu o crime, e a mulher da vítima (Marchetti), porém as duas estão viajando e só retornam a Cuiabá no início do próximo mês”, explicou.
Mesmo faltando duas diligências, Marcel enviou o inquérito criminal ao MPE. De acordo com ele, a falta dos dois depoimentos não impede o ‘oferecimento’ da denúncia contra o réu. “Assim que terminarmos os laudos, os enviamos ao MPE”, destacou.
Já sobre a arma usada por Marafron no assassinato, Marcel destacou que colheu três informações com o réu, preso em uma unidade prisional da capital, para solicitar que os agentes da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec), realizassem novas buscas ao revólver calibre 38, jogado em um rio que corta a propriedade rural.
“O suspeito forneceu suas características físicas e explicou mais ou menos a que distância jogou a arma na água. Porém ainda não sabemos se vai ser possível encontra-la”, falou.
INQUÉRITO INCOMPLETO
No fim de julho o MPE, por meio do promotor de Justiça, Natanel Moltocaro, não refutou o resultado das investigações do crime e determinou que a Polícia Civil realizasse novas diligências para elucidar o crime.
Em um parecer contra o pedido de revogação do prisão preventiva do caseiro, o promotor classificou como incompleta a investigação do caso. Sendo que no processo criminal enviado ao MP, sequer foram anexados os exames de necropsia do corpo e o pericial do local onde a vítima foi encontrada.
O CRIME
Marchetti foi assassinato com três tiros na noite do dia 7 de julho. Marafron confessou em depoimento que cometeu o homicídio porque teria flagrado a vítima apalpando as nádegas da sua esposa, de 36 anos.
Segundo os delegados da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da capital, Silas Tadeu, Anaíde Barros e Walfrido do Nascimento, que deram apoio nas investigações do delegado Sidney, disseram que Marafron flagrou ex-secretário apalpando as nádegas da esposa, o homem tirou tudo a ‘limpo’ em um lugar da fazenda.
Durante a discussão do casal, a mulher confessou os abusos. Com isso, o homem foi até o apartamento onde Marchetti dormia, sacou uma arma e atirou na vítima.
Após o assassinato, ele jogou a arma no rio que corta a fazenda e agiu normalmente durante o trabalho da Polícia Militar, que chegou primeiro no lugar.
Ao perceber o comportamento da mulher, os policiais a indagaram sobre o crime, quando ela confessou ter sido abusada pela vítima. Com isso, Anastácio confessou o assassinato e foi preso em flagrante.