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Cuiabá, 13 de Janeiro de 2025
13 de Janeiro de 2025

12 de Setembro de 2015, 07h:58 - A | A

JUDICIÁRIO / AL CAPONE DE MT

Arcanjo chora em plenário ao ouvir sentença de 44 anos de prisão; promotor comemora Justiça

Calados e entristecidos familiares de Arcanjo foram deixando o plenário mesmo antes da juíza Mônica Perri, da 1° Vara Criminal de Cuiabá, anunciar o veredito.

RAFAEL DE SOUSA
DA REPORTAGEM



A condenação a 44 anos e dois meses de prisão por ter encomendado a morte dos empresários Fauze Rachid Jaudy Filho e Rivelino Jacques Brunini, além de uma tentativa de homicídio contra o pintor Gisleno Fernandes, ‘abalou’ o emocional do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro no fim da tarde desta sexta-feira (11). Parecendo não acreditar no que ouvia, o ex-comendador chorou ao saber da sentença.

 

De acordo com o promotor de Justiça, Vinicius Gahyva, Arcanjo foi condenado por 7 a 0 em quase todos os crimes, “mas tiveram dois quesitos que foram 6 a 1 e um único quesito, por falso testemunho que deu 4 a 3”, revela.

 

Familiares de Arcanjo tomaram conta do plenário, porém não quiseram falar aos jornalistas sobre a condenação. Calados e entristecidos foram deixando o plenário mesmo antes da juíza Mônica Perri, da 1° Vara Criminal de Cuiabá, anunciar o veredito.

De acordo com o promotor de Justiça, Vinicius Gahyva, Arcanjo foi condenado por unanimidade em quase todos os crimes, “mas tiveram dois quesitos que foram 6 a 1 e um único quesito, por falso testemunho que deu 4 a 3”, revela.

O Ministério Público Estadual (MPE) afirma que a decisão do Tribunal do Júri corresponde com a vontade da população. “É um resultado esperado por toda a sociedade. Reflete o amadurecimento hoje representado aqui pelos jurados que não mais toleram esse tipo de conduta que atenta contra o interesse social”, destacou Gahyva.  

“É um resultado esperado por toda a sociedade. Reflete o amadurecimento hoje representado aqui pelos jurados que não mais toleram esse tipo de conduta que atenta contra o interesse social”, destacou Gahyva.

 

O filho de Rivelino Brunini, Rafael Brunini acredita que apesar do mentor estar preso ainda podem existir outras pessoas envolvidas no crime. “Essa sentença, é claro, não vai trazer meu pai de volta, mas vai amenizar o que nos foi causado. Hoje eu saio do luto do mandante do crime, porém acredito que tenha mais pessoas envolvidas, eu quero que o Ministério Público investigue”, desabafa.

 

Destacou ainda que manter Arcanjo preso serve como exemplo para outras pessoas que pensam em cometer crimes com a certeza da impunidade. “Que sirva de exemplo para aqueles que estão em declínio de cometer um crime, que olhe para ele [Arcanjo] e veja que a Justiça funcionou”, concluiu Rafael Brunini.

 

Para o advogado Paulo Fabrinny, que faz a defesa do ex-bicheiro, o momento é de aguardar o prazo de sete meses para pedir a progressão de pena. Fabrinny já recorreu da sentença.

 

Para o advogado Paulo Fabrinny, que faz a defesa do ex-bicheiro, o momento é de aguardar o prazo de sete meses para pedir a progressão de pena. Fabrinny já recorreu da sentença. “Foi levado em consideração as provas que existiam nos autos, por esse motivo a defesa recorreu e além do recurso vamos tomar medidas para colocá-lo em liberdade, mas para isso preciso de no mínimo sete meses”, argumentou o advogado.

João Arcanjo ainda teve pena menor do que as aplicadas aos pistoleiros, o ex-policial, que executou os assassinatos, Célio Alves, que foi condenado a 49 anos de prisão, assim como seu 'ex-braço direito' , o uruguaio Júlio Bachs Mayadao, que foi condenado a 65 anos, pelo mesmo crime.

ACUSAÇÃO QUERIA MAIS 

A pena aplicada a arcanjo chegou perto dos 46 anos esperados pelo promotor Vinicius Gahyva, que apontava provas suficientes para tal. Aos jornalistas, Gahyva chegou a dizer que esperava que a pena de Arcanjo fosse superior às que foram aplicadas aos executores dos assassinatos.

 

“Há vários elementos de convicção nos autos que indicam a estrutura de uma organização criminosa com modelo de gerenciamento importado de bicheiros do estado do Paraná, gerenciada por Julio Bach Mayuada, que foi condenado no último julgamento, por envolvimento nesses crimes, de forma que quem decidirá essa causa é a sociedade, representada pelo júri popular”, comentou o promotor Gahyva.

O CRIME

Os crimes ocorreram na tarde do dia 6 de junho de 2002, em uma oficina mecânica localizada na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA), região central da capital. As investigações do Ministério Público Estadual (MPE) apontaram que apenas Brunini era o alvo, por estar ameaçando os negócios ilegais dos caça-níqueis de Arcanjo Ribeiro na região, fazendo concorrência, mas por engano, Jaudy teria morrido e Fernandes, sido atingido.

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Alphonse Gabriel "Al" Capone foi um gângster ítalo-americano que liderou um grupo criminoso dedicado ao contrabando e venda de bebidas entre outras atividades ilegais, durante a Lei Seca que vigorou nos Estados Unidos nas décadas de 20 e 30. Assim como arcanjo, mandava matar que interferisse em seu caminho. 

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