RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
A servidora pública aposentada Ivone Alves de Almeida, de 67 anos, morreu na madrugada de terça-feira (20) devido a complicações decorrente de uma cirurgia estética feita no Hospital Militar de Cuiabá, por meio da empresa "Plástica Pra Todos".
Somente este ano duas pessoas morreram e outras duas apresentaram problemas sérios após passar por procedimentos estéticos na empresa.
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Segundo a Polícia Civil, a idosa foi submetida a uma lipoabdominoplastia (associação de abdominoplastia e lipoaspiração) na tarde de segunda-feira (19), mas não resistiu e morreu por volta das 5h55 de terça.
O corpo foi encaminhado para procedimento pericial de necropsia junto a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e Instituto Médico Legal (IML).
Por meio de nota, a direção da "Plástica Pra Todos" informou que a paciente sofreu embolia pulmonar após o procedimento.
“A tromboembolia pulmonar é a causa grave mais comum decorrente de procedimentos cirúrgicos, possuindo como característica a ausência de completa previsibilidade e súbita evolução, tendo em vista que consiste no deslocamento de algum coágulo preexistente nos pacientes até o pulmão, afetando rapidamente todo o organismo”, diz trecho da nota.
A empresa ainda declarou que todos os protocolos prévios e pós-cirúrgicos foram atendidos com rigor e que a cirurgia transcorreu na mais “absoluta normalidade”. Frisa que a paciente estava liberada para realização da cirurgia por médicos especialistas de sua confiança.
Por fim, a empresa aguardará a conclusão do laudo de necropsia para prestar outros esclarecimentos.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A Associação Beneficiente de Saúde dos Militares de Mato Grosso (ABSM-MT), mantenedora do Hospital Militar, em nota que todos os protocolos prévios de responsabilidade foram realizados e que também aguardará a conclusão do laudo da necropsia e do parecer da DHPP, para prestar outros esclarecimentos.
Outros casos
No Estado, a "Plástica Pra Todos" é acusada de causar a morte da esteticista Daniele Bueno, em maio passado. Ela foi internada em estado grave no Hospital Sotrauma, de Cuiabá, após fazer cirurgias de lipoescultura e mamoplastia no Hospital Militar pelo mesmo programa.
Daniele estava sofrendo uma hemorragia quando foi internada, em seguida, teve uma parada cardíaca e morreu.
A "Plástica Pra Todos" também é acusada por complicações de saúde em outras duas pacientes. M.J.O.U. foi internada no Hospital São Matheus, após ser submetida à cirurgia de abdominoplastia, no dia 07 de julho. Conforme a presidência da empresa, a paciente sofreu sangramento de vasos e procurou o pronto-atendimento da unidade médica.
Já N.R.D.C. passou por cirurgias de mastopexia com prótese, lipoescultura e abdominoplastia, no dia 26 de junho. A "Plástica Pra Todos" não revelou quais as complicações sofridas por ela e informou apenas que foi uma intercorrência inerente a qualquer tipo de cirurgia, alegando que a paciente foi encaminhada e acompanhada pela equipe médica da empresa e do Hospital Militar para melhor acompanhamento no Hospital Santa Casa.
Interdição
Por ausência de registro, o Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) havia interditado, em setembro, os trabalhos dos médicos que atuam na "Plástica Pra Todos". A decisão foi revertida um mês depois porque o CRM não teria encontrado irregularidades na documentação da empresa (veja aqui).
Veja na íntegra a nota da empresa:
Nota à imprensa
A Empresa PPT vem a público externar com profundo pesar, o falecimento da paciente I.V.A., submetida a procedimento cirúrgico no Hospital Militar de Cuiabá/ MT, na manhã da última segunda-feira, vindo a óbito amanhecer da terça-feira.
Destacamos que todos os protocolos prévios e pós cirúrgicos foram atendidos com extremo rigor, de modo que a paciente estava liberada para realização da cirurgia por médicos especialistas de sua confiança, além do que a cirurgia transcorreu na mais absoluta normalidade.
Ocorre que diante do acometimento súbito da paciente e de sua rápida evolução para óbito, a equipe médica e do Hospital Militar, julgou, por cautela, necessário o encaminhamento do caso para exame de necropsia, apesar de ter sido identificada como embolia pulmonar, a causa mortis. A tromboembolia pulmonar é a causa grave mais comum decorrente de procedimentos cirúrgicos, possuindo como característica a ausência de completa previsibilidade e súbita evolução, tendo em vista que consiste no deslocamento de algum coágulo preexistente nos pacientes até o pulmão, afetando rapidamente todo o organismo.
A empresa aguardará a conclusão do laudo de necropsia, estimado para entrega em até 30 dias, para se necessário, prestar outros esclarecimentos.
Nota da Associação Beneficiente de Saúde dos Militares de Mato Grosso:
NOTA A IMPRENSA:
1) Externa com profundo pesar, o falecimento da paciente Srª. I.V.A., submetida a procedimento cirúrgico no Hospital Militar na manhã desta terça-feira;
2) Destacamos que todos os protocolos prévios de responsabilidade do Hospital Militar foram realizados;
3) Em deferência do diante acometimento súbito da paciente e de sua rápida evolução para óbito, a equipe médica da P.P.T. e do Hospital Militar de plantões, julgou, por cautela, o encaminhamento do caso para exame de necropsia e do registro no D.H.P.P. da Capital, apesar de ter sido identificada como embolia pulmonar pelos médicos da P.P.T. a causa mortis;
4) Tromboembolia pulmonar é a causa grave mais comum decorrente de procedimentos cirúrgicos, possuindo como característica a ausência de completa previsibilidade e subida evolução durante o ato cirúrgico, tendo em vista que consiste no deslocamento de coágulo preexistente no paciente até o pulmões; e
5) O Hospital Militar na forma de lei em vigor, aguardará a conclusão do laudo da necropsia e do parecer da D.H.P.P., para prestar outros esclarecimentos.
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