RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O delegado-geral da Polícia Civil Fernando Vasco Spinelli deu prosseguimento ao concurso público para o cargo delegado substituto que estava suspenso desde o dia 8 de outubro do ano passado por suspeita de fraude.
A publicação de retomada do edital ocorre 12 dias depois do promotor Ezequiel Borges Campos, da Promotoria de Justiça Cível da Capital arquivar o processo para investigar falhas na aplicação da prova escrita e dissertativa referente à primeira fase do concurso.
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“Considerando o arquivamento proferido nos autos do Inquérito Civil de registro SIMP nº 003151-005/2017, torna público o prosseguimento do concurso público para formação de cadastro de reserva no cargo de delegado de Polícia substituto da Polícia Judiciária Civil do Estado de Mato Grosso”, diz trecho do edital publicado no último dia 2 de março.
No documento, Fernando Vasco Spinelli também determina que os candidatos tenham acesso às provas dissertativas a partir da próxima quinta-feira (8).
“Torna público, também, que os candidatos poderão ter acesso à prova escrita dissertativa e aos espelhos de avaliação e interpor recurso contra o resultado provisório na prova escrita dissertativa, das 9 horas do dia 8 de março de 2018, até 18 horas do dia 9 de março de 2018(horário oficial de Brasília/DF), no endereço eletrônico”, conclui o texto.
Segundo a Polícia Civil, pelo menos 13 mil pessoas participaram do concurso no qual os cargos oferecem salários de até R$ 19 mil. As provas foram realizadas na Universidade de Cuiabá (Unic/Beira Rio).
Denúncia arquivada
O promotor Ezequiel Borges Campos decidiu arquivar o processo para apurar suposta fraude e falhas na aplicação da prova escrita e dissertativa no último dia 20 de fevereiro.
Apesar do grande número de denúncias à época, o promotor declarou que houve falha no relatório da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) que apontou rompimento do lacre das provas antes da abertura dos envelopes e, por esse motivo, determinou o arquivamento da ação.
De acordo com Ezequiel Borges Campos, nas investigações não se observou “a prática de nenhum ato tendente a retirar ou mesmo violar qualquer envelope durante o lapso acima indicado, ou seja, desde a confecção até o acondicionamento dos envelopes nos malotes e estes então lacrados”.
O processo foi aberto pelo Ministério Público e ocorreu depois que vários candidatos reclamaram que envelopes contendo as provas da primeira fase do certame teriam sido violados. Além disso, imagens do gabarito da prova também circularam nas redes sociais no mesmo momento em que o exame era aplicado, ou seja, candidatos estariam utilizando aparelhos celulares com acesso à internet dentro das salas onde ocorriam as provas.
“O processo de acondicionamento e transporte das provas e transcrever todo o laudo pericial, contrapõe-se ao resultado deste último sob três aspectos: não preservação dos objetos periciados; erros/inconsistências na simulação e desconsideração de vestígios capazes de alterar a análise”, declarou o promotor de Justiça.