KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
A previsção de que a Polícia Federal possa realizar a implosão do local de garimpo de ouro na Serra do Caldeirão, em Pontes e Lacerda, está preocupando fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que pretende impedir a ação.
Para a PF a implosão é necessária para evitar que as pessoas voltem a invadir a área e até mesmo para diminuir riscos de desmoronamento na região.
Para a PF a implosão é necessária para evitar que as pessoas voltem a invadir a área e até mesmo para diminuir riscos de desmoronamento na região.
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Já a Sema, que tem fiscais na área, desde esta segunda-feira (9) para verificar o nível de contaminação por mercúrio na área, alerta que uma implosão neste momento, poderia colocar em risco a saúde das pessoas que vivem na região. A intervenção da implosão, no entanto, só pode ser feita através do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), já que a ação é federal.
A Sema não foi informada oficialmente sobre a implosão, pela Polícia Federal, que está fazendo a desintrusão da área, e como medida preventiva, para evitar o retorno dos aventureiros retirados do local, mediante ordem judicial, adotou como medida derrubar os túneis subterrâneos escavados nos últimos dois a três meses, pelos que buscavam ouro raso.
Segundo os fiscais da Sema, o uso do mercúrio, que pode causar uma série de disfunções no organismo humano, entre eles neurológicos, é comum para derreter o ouro.
Segundo os fiscais da Sema, o uso do mercúrio, que pode causar uma série de disfunções no organismo humano, entre eles neurológicos, é comum para derreter o ouro.
Os garimpeiros estavam usando mercúrio na Serra do Caldeirão, e, conforme o químico Sérgio Figueiredo, do laboratório da Sema, alguns lavavam o metal no rio Guaporé. Além disso, no processo de queima, o mercúrio vaporizado, sobre na atmosfera e, com as chuvas, descem de volta ao solo.
“Colhemos amostras no rio Guaporé e na água tratada de residências e vamos analisar o nível de contaminação de mercúrio na área, mas não acho recomendável uma implosão antes do resultado deste estudo”, alerta o químico Sérgio Figueiredo.
“Colhemos amostras no rio Guaporé e na água tratada de residências e vamos analisar o nível de contaminação, mas não acho recomendável uma implosão antes do resultado deste estudo”, alerta o químico Sérgio Figueiredo.
O entrou em contato com a Polícia Federal, que já informou publicamente ter contratado uma empresa especializada para iniciar a implosão do garimpo nesta sexta-feira (13), para saber se houve essa preocupação ambiental. A Assessoria de Imprensa da PF confirmou que a implosão começa nesta sexta, mas não deu retorno, até o fechamento da matéria, sobre o alerta da Sema.
O tentou falar com o delegado Jesse James, em Cáceres, que está conduzindo a desintrusão, mas ele já estava na área de garimpo, onde não pega sinal de celular.