DA REDAÇÃO
Uma pesquisa realizada com 400 usuários do transporte público de Cuiabá e Várzea Grande, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) mostra que 28% já foram assaltados nos pontos de ônibus e terminais, nos últimos dois anos. Além da falta de segurança, outros problemas apontados foram a idade avançada da frota, o não cumprimento dos horários das linhas e a falta de ar condicionado na maioria dos veículos.
Em relação ao relacionamento entre a Associação Mato-grossense de Transportadores Urbanos (AMTU), os órgãos públicos responsáveis e os usuários, a comunicação ainda é muito deficiente, segundo o levantamento. Os auditores do TCE apontaram que 70% dos entrevistados não conhecem os meios de comunicação para reclamação (ouvidorias). Além disso, não existe um compartilhamento das informações entre as ouvidorias. Também foi identificado que faltam informações quanto aos itinerários nos pontos de ônibus e no site da Prefeitura de Cuiabá.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Os auditores do TCE apontaram que 70% dos entrevistados não conhecem os meios de comunicação para reclamação. Também foi identificado que faltam informações quanto aos itinerários nos pontos de ônibus e no site da Prefeitura.
Também foi analisado o tempo de caminhada dos usuários tanto para acessar o transporte coletivo quanto para chegar ao trabalho. Em Cuiabá e Várzea Grande, uma pessoa chega a andar mais de mil metros para fazer o percurso. Segundo informaram os auditores, esse percurso está acima da média nacional e recomendado pela legislação.
FRAUDES
Outro problema detectado e debatido com os gestores foi sobre as fraudes e evasões no sistema de transporte coletivo. No caso das gratuidades, ficou demonstrado que Cuiabá tem um índice de 34.1% de usuários com gratuidades, enquanto a média nacional costuma ser de 22%.
No caso das evasões, os valores também são altos. Existe uma perda de aproximadamente R$ 2,5 milhões por ano, causada por usuários que entram, sem pagar, pelas portas traseiras dos ônibus, e pelos que pulam o sistema de segurança nos terminais. Incluem também pessoas que utilizam, de forma irregular, cartões de gratuidade de familiares e amigos. O TCE deverá recomendar que seja feito um recadastramento de deficientes para que o problema seja eliminado e, assim, deixar de pressionar o valor da tarifa.
PESQUISA
O levantamento faz parte de uma auditoria realizada pela Secretaria de Controle Externo de Auditorias Especiais do TCE-MT, que está avaliando o gerenciamento da oferta e demanda do sistema de transporte, o acompanhamento do desempenho das empresas, o controle de arrecadação e remuneração das empresas que operam o sistema e a avaliação da qualidade dos serviço tais como frota, terminais e pontos de ônibus.
O relatório preliminar foi apresentado nesta semana para os secretários de Mobilidade Urbana de Cuiabá e de Várzea Grande, para que eles possam fazer a defesa em 15 dias e encaminhar ao TCE. Em seguida, a Secex de Auditorias Especiais finaliza o trabalho e encaminha ao presidente do TCE, conselheiro Antonio Joaquim.