MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
Luana Lacerda Pinto acusa uma equipe médica do Hospital Geral Universitário (HGU) de violência obstétrica, durante o parto do filho dela, no último dia 7 de julho. O bebê morreu na sexta-feira (20), depois de ficar 14 dias internado na UTI neonatal da unidade.
A cunhada de Luana, Janaína Santos, afirma que a equipe médica forçou o parto normal, “sendo que não havia dilatação suficiente no útero para isso”.
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“Ela não podia ter normal porque ela não tinha dilatação e ele [médico] forçou o normal. Aí quando o bebê ficou sem batimento cardíaco, e estourou o útero dela, eles a levaram para a mesa de cirurgia, só que aí já era tarde”, relata.
Só depois disso, segundo Janaína, que o médico decidiu realizar o parto por meio de uma cesária.
“Ela não podia ter normal porque ela não tinha dilatação e ele [médico] forçou o normal. Aí quando o bebê ficou sem batimento cardíaco, e estourou o útero dela, eles a levaram para a mesa de cirurgia, só que aí já era tarde”, relata a cunhada da vítima.
Após a cesária o bebê foi encaminhado em estado grave para UTI neonatal, onde ele ficou internado durante 14 dias. O bebê morreu por volta das 5h30 de sexta-feira (20), após sofrer duas parada cardíacas.
Janaína, e os demais familiares, acreditam que o bebê saiu da sala de cirurgia com morte encefálica. “Reanimaram ele e o colocaram numa incubadora só para passar o tempo. Porque eles sabiam que o bebê não iria vingar, porque o bebê não reagiu em nada”, afirmou.
A cunhada de Luana relatou ainda que durante o parto, a vítima por várias vezes pediu para que o parto fosse realizado por meio de uma cesária, pois já não estava mais aguentando de dor, e sentia que não havia dilatação suficiente.

Luana denuncia o procedimento e a morte do filho.
“O marido dela disse que ela estava roxa de dor e de tanto fazer força. Mas eles disseram: ‘aqui no Hospital Geral a gente só faz parto normal’. Ela contou que na terceira vez que fez a força para sair o bebê, ela já não sentiu ele mexer”, disse Janaína.
A família de Luana está convencida de que houve erro médico. Eles registraram um boletim de ocorrência e vão denunciar o caso ao Conselho Regional de Medicina (CRM-MT).
Os familiares e amigos de Luana também irão realizar um protesto na região central de Cuiabá, na tarde desta segunda-feira (23), para denunciar a suposta violência obstétrica sofrida por Luana Lacerda.
Outro lado
A direção do HGU informou, por meio de nota, que Luana deu entrada no hospital em perfeito estado de saúde e que a ditalação do útero estava de acordo para o parto normal.
No entanto, durante o parto houve uma parada abrupta e inesperada das contrações uterinas e acorrência de intensa dor abdominal, conforme a direção do hospital.
"Neste momento a paciente foi encaminhada com urgência para a relização de cesareana, que ocorreu após anestesia pelo Médico Anestesiologista".
Segundo a direção do hospital, a criança foi assistida pelo pediatra neonatalogista logo após o nascimento, sendo encaminhada para a UTI, "onde recebeu toda a assistência necessária e infelizmente acabou ocorrendo o óbito no dia 20/07/2018 pela piora do seu quadro clínico".
A direção destacou que toda a assistência ao parto foi realizada em conformidade aos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
"O Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá primam há 76 anos pela qualidade da assistência obstétrica e neonatal, atendendo às recomendações de boas práticas na assistência ao parto, com atendimento humanizado, individualizado e multiprofissional do trabalho de parto, inexistindo qualquer possibilidade de violência obstétrica".
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Se a criança estava muito gorda, o parto normal é mais difícil, as mães precisam se cuidar também, o peso ideal do bebê recém nascido é 3 kg
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