RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
A recém-nascida indígena que foi enterrada viva apresentou melhora no estado de saúde. De acordo com o último boletim médico da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, o bebê está reagindo bem ao tratamento e está iniciando o processo de retirada da sedação e do respirador mecânico.
Apesar da melhora, ela continua internada na Unidade de Terapia Itensiva (UTI) Neonatal, em estado grave, porém estável.
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Ainda segundo o boletim médico, o bebê continua com insuficiência renal aguda e, por isso, ainda faz o tratamento de diálise peritoneal.
A recém-nascida foi resgata no dia 5 de junho por policiais militares de Nova Canarana (834 km de Cuiabá) após ter sido encontrada viva, enterrada em uma cova. Ela foi encaminhada para o Hospital Regional de Água Boa onde apresentou insuficiência respiratória e traumatismo craniano, depois foi transferida para Santa Casa de Misericórdia da Capital para continuar o tratamento.
O caso
Segundo as investigações da Polícia Civil, o crime foi motivado pelo fato da mãe da bebê, uma adolescente indígena, de 15 anos, ser solteira. A avó e a bisavó da criança teriam premeditado e planejado o que seria feito com o bebê logo depois do parto.
A bisavó da bebê, Kutsamin Kamayura, 57, está presa na sede da Funai de Gaúcha do Norte. Ela se tornou ré em uma ação proposta pelo Ministério Público do Estado (MPE) por ter participado do crime. Inicialmente, ela alegou à polícia que acreditou que a menina estivesse morta e por isso enterrou a bebê, conforme costume de sua comunidade.
A avó da vítima, a indígena Tapoalu Kamayura, 33 está presa na Cadeia Pública de Nova Xavantiva, em prisão temporária.
O delegado Deuel Paixão de Santana, responsável pelo inquérito, acredita na participação de outros envolvidos e por isso continuam as investigações.