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Cuiabá, 04 de Novembro de 2024
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06 de Novembro de 2019, 08h:59 - A | A

ESPORTES / CRISE?

Fluminense opera no vermelho e vê dívida passar de R$ 700 milhões

Diretoria de Mário Bittencourt e Celso Barros tem segurado custos e conseguido bons negócios com jogadores da base, como a transferência de Pedro, mas situação tricolor segue crítica

GLOBO ESPORTE



Faz pouco mais de dois meses que o torcedor do Fluminense soube da venda de Pedro para a Fiorentina. Com R$ 36,5 milhões arrecadados de uma vez, o clube perdeu uma revelação das categorias de base, mas pelo menos pôde dar um jeito nas contas, certo? Mais ou menos. Apesar de a diretoria tricolor ter garantido essa e outras boas transferências na temporada, as contas continuam no vermelho.

Dirigido desde junho deste ano por Mário Bittencourt e Celso Barros, o clube das Laranjeiras publicou o balancete referente ao terceiro trimestre de 2019 – que, portanto, compreende os primeiros resultados da nova gestão desde a sua posse até setembro.

Em linhas gerais, o Fluminense manteve custos baixos e conseguiu até mais receita do que adversários diretos, como o Vasco, mas continua a operar no vermelho. Entre janeiro e setembro, o clube registrou um prejuízo de R$ 5 milhões e viu dívidas passarem de R$ 700 milhões.

O blog comparou números do balancete até o terceiro trimestre com o orçamento produzido pela administração anterior, de Pedro Abad, para entender onde estão os principais problemas na temporada tricolor.

 

  • Na televisão, é normal que a receita obtida em nove meses ainda esteja distante da prevista para o ano inteiro. Como o novo fluxo de pagamento das emissoras concentrou os recursos no segundo semestre, boa parte ainda está para entrar. Mas há um sinal de alerta: se for rebaixado, o Fluminense não receberá nada sobre os 30% da cota de tevê que estão vinculados à colocação na tabela.
  • Nos patrocínios, está o maior ponto fraco tricolor. Com apenas R$ 8 milhões arrecadados em nove meses, o clube está distante de cumprir os R$ 36 milhões que julgava possíveis para a temporada. Todo o mercado esportivo passa por dificuldades para conseguir contratos publicitários, mas o clube tem especial dificuldade.
  • Entre bilheterias e sócios, o Fluminense está abaixo de sua previsão para a temporada, mas nem tão abaixo assim. Com o Maracanã no restante deste Campeonato Brasileiro, ainda mais se houver mobilização da torcida para empurrar o time contra o rebaixamento, é possível que as projeções para 2019 sejam cumpridas.
  • As transferências de atletas são a grande virtude tricolor. Saídas como a de Pedro contribuíram com R$ 68 milhões entre janeiro e setembro, até mais do que os R$ 40 milhões previstos para a temporada inteira, e ajudaram a compensar as frustrações em outras fontes de receitas. A má notícia é que a necessidade de vender jogadores praticamente não cessa. Ainda falta dinheiro

 

 

O prejuízo registrado pelo Fluminense até setembro mostra que despesas foram maiores do que receitas, mesmo com esforços por parte da diretoria tricolor para manter os custos sob controle. E o efeito prático disso nas contas tricolores é um novo aumento das dívidas.

Desde o início deste ano, o endividamento aumentou em R$ 36 milhões e deixou a situação ainda mais difícil de administrar. O segundo semestre foi o mais pesado. No total, o clube das Laranjeiras passou de R$ 700 milhões devidos a bancos, atletas, fornecedores, governo.

O fator mais preocupante desse endividamento é o prazo de vencimento. Nada menos do que R$ 316 milhões precisam ser pagos em prazo inferior a um ano, portanto até setembro de 2020. No caixa, zero. Não havia nenhum centavo disponível. Isso coloca pressão considerável sobre a diretoria de Mário Bittencourt e Celso Barros para que eles encontrem dinheiro em novas vendas de jogadores.

Esse cenário torna a fuga do rebaixamento quase uma questão de sobrevivência. Praticamente toda a primeira divisão conta que em dezembro, com o pagamento da cota de televisão vinculada à colocação na tabela, haverá dinheiro para compensar perdas no decorrer do ano.

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