LEANDRO MAIA
DO CONEXÃO PODER
O prefeito Kalil Baracat voltou a manifestar sua insatisfação com as obras inacabadas do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e por não poder realizar nenhum projeto para, ao menos, amenizar o aspecto degradado da avenida da FEB, já que a obra está judicializada. O gestor ironizou que fiscais da prefeitura “quase” foram detidos por tentar coibir a ação de bandidos nos trilhos do modal ferroviário.
"Eu não posso mexer na obra. Outro dia, estavam roubando os cabeamentos do VLT, e a Prefeitura foi lá (checar). A polícia apareceu para prender os fiscais da prefeitura e não os bandidos.”
O projeto, sem conclusão, do VLT já custou mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
Em entrevista ao Conexão Poder, o gestor municipal afirmou que VG está pagando uma conta muito alta com o impasse das obras: fechamento de empresas, acidentes e poluição visual da avenida da FEB.
“Quantas vidas foram ceifadas, quantas vidas se perderam e quantas ainda vão se perder?", questiona.
O prefeito Kalil, que também é o relator do conselho deliberativo que discute a mudança do modal, defendeu a substituição do VLT pelo BRT (ônibus de transporte rápido), que seria a melhor proposta do Governo do Estado de Mato Grosso para tentar solucionar o problema, que prejudica o transporte da Região Metropolitana. O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), é contrário à substituição e quer a conclusão do VLT.
“Eu fui relator da matéria do conselho (deliberativo) que foi favorável ao BRT por ser mais econômico, por ser uma obra mais rápida de ser concluída e Várzea grande não pode mais ser prejudicada”, argumentou.
Entenda a suspensão das obras
Por uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), as obras do BRT foram suspensas, sob a afirmação de que não seria coerente, diante dos valores já gastos, abandonar a obra inacabada do VLT e substituí-la pelo BRT, sem uma avaliação sistêmica e integrada para assegurar a necessidade de mudança do modal.
A prefeitura de Cuiabá entrou com um pedido para TCE (Tribunal de Contas do Estado) para suspender a licitação do BRT, mas o recurso foi negado. No entanto, a decisão do órgão estadual não inviabiliza a decisão do TCU. Por isso, as obras seguem suspensas.
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