FRANCISCO BORGES
Com notificação do Ministério Público Estadual (MPE), a Secretaria Municipal de Trânsito de Cuiabá (SMTU) suspendeu o estacionamento rotativo “Faixa Verde” nas pricipais vias da cidade. De acordo com os lojistas da parte central de Cuiabá os orientadores do Faixa Verde, ou “verdinhos” como são chamados, abandonaram os locais de trabalho deixando espaço para os “flanelinhas” atuarem livremente.
Do início do ano até o mês de setembro cerca de 110 flanelinhas foram presos nas regiões centrais de Cuiabá. A policia estima que com a saída dos verdinhos esse número deverá aumentar ainda mais este ano.
Enquanto a nova licitação para dar continuidade no projeto, que antes estava a cargo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), não acontece, a segurança dos usuários do serviço padece. "Existem comerciantes na região dos corredores verdes que contavam com a presença dos verdinhos, não por que os fiscais do estacionamento rotativo empregassem a "força" para coibir os flanelinhas, mas eles pelo menos inibiam, na área central, a atuação dos “olhadores” de carro", conta um comerciante que não quis se identificar.
“Agora todo dia é mesma coisa, quando abro minha loja de manhã ja esta cheio deles (flanelinhas) aqui, pedindo um dinheiro para um ou alguma coisa para o outro cliente”, destacou o empresário Jean Robson Aduneit, que é proprietário de uma loja de artigos de festa na região central da Capital. Segundo Jean, os flanelinhas não tem preço fixo nas “olhadas”, pondendo ganhar desde R$ 1,00 dos motoristas até R$ 10,00, dependendo do cliente.
Segundo a SMTU, a ordem de não efetuar a cobrança da Faixa Verde dos motoristas já havia sido dada desde o dia 20 do mês passado pela secretaria aos fiscais. Como os verdinhos não cobravam os motoristas estes ficaram livres para alimentar indiretamente os flanelinhas com as olhadas nos carros.
Um motorista que não quis se identificar, disse que a atuação dos flanelinhas é uma máfia, podendo dar muitos prejuizos para os proprietários de veiculos. “Funciona mais ou menos assim, ele chega e pede para olhar o seu carro, se você fala que sim tudo bem, na hora em que você volta seu carro esta lá sem nenhum prejuizo, mas se você diz que não tem dinheiro normalmente quando você volta tem alguma “surpresa” esperando por você, como janela quebrada e o som do carro roubado, riscos enormes na pintura e por aí vai”, completa.
De acordo com a proprietária de loja, centro da Capital, Sonia Maria Martins, ela e os comerciantes vizinhos, já tomaram uma decisão de se protegerem do jeito que podem para se livrar dos flanelinhas. “Eu tive que contratar um segurança para ficar na porta da minha loja para afugentar os flanelinhas que não paravam de incomodar os meu clientes”, disse.
POLÍCIA MILITAR
Com a retirada dos “inibidores”, sobrou para a Polícia Militar que tem atuado fortemente no combate a esses infratores, fazendo intervenções quase que diárias na região central da cidade. "Apesar dos trabalhos serem da PM, os verdinhos davam um certo ar de fiscalização nos locais e afastavam os flanelinhas”, destacou o major Vitalino.
De acordo com o major, a PM tem feito um trabalho intensivo na captura dos elementos que constrangem a população. “Isso que eles fazem é uma prática abusiva, coagindo as pessoas. Eles estão de um modo que praticamente obrigam os motoristas a dar dinheiro para eles, e quando a pessoa se sente assim e chama a PM, nós vamos até o local e recolhemos o indivíduo, mas infelizmente com poucas hora ele já esta solto e retorna para o lugar onde estava”, completa.
Daniel 19/10/2012
A exemplo de outros municípios brasileiros a câmara municipal deveria criar uma lei que proibisse essa atividade dos flanelinhas. Tem uma cidade onde existe essa lei que funciona mais ou menos assim: Flanelinha é flagrado pela primeira vez é encaminhado pra um centro de capacitação profissional. Quando é flagrado pela segunda vez é notificado. Terceira vez vai detido. É um lei impopular mas necessária.
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