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Cuiabá, 02 de Agosto de 2025
02 de Agosto de 2025

26 de Agosto de 2019, 19h:20 - A | A

CIDADES / SUPERLOTAÇÃO

Sindicato dos agentes penitenciários teme massacre no presídio de Sinop

Segundo o Sindspen, os servidores estariam dando a vida para manter as unidades prisionais do Estado sob controle.

MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO



A presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT), Jacira Maria da Costa Silva apontou que é alarmante a situação vivida pela classe na Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecida como "Ferrugem", em Sinop (500 km da Capital). Os agentes penitenciários estariam “dando a vida” para manter as unidades prisionais do Estado sob controle.

O local vive uma superlotação, como já foi noticiado pelo , e é o dobro do Centro de Recuperação Regional (CRC) de Altamira (Pará), onde um confronto entre facções resultou em um massacre, devido à morte de 58 detentos – sendo 16 deles decapitados.

Ela argumenta que a situação é caótica e está longe do que o Governo diz: “Discordamos desse posicionamento que acha que por si só o problema irá se resolver, como se algo que pudesse esperar”.

A ressocialização está sendo feita de forma precária e a superlotação impede o acesso à saúde, educação e trabalho, que é a proposta do sistema penitenciário.

A presidente do Sindspen conta que numa cela que deveria ser ocupada por 12 presos, abriga de 30 a 40 detentos, o que leva a permissividade.

No inicio do mês, o juiz João Manoel Pereira Guerra, da Comarca de Sinop, acolheu de forma excepcional um pedido de transferência do presídio de Sorriso para a cidade.

No entanto, ao falar da situação do local ele apontou que era uma “tragédia anunciada”, devido à superlotação.

Em Sinop, o Ferrugem tem capacidade para 326 prisioneiros e, atualmente, está com mil detentos, conforme escreveu o magistrado.

O magistrado só deferiu a mudança, devido o presidiário estar correndo risco de morte, mas ponderou: “Segundo informações obtidas junto à direção da penitenciária local, o número de presos chegou à casa dos 1000 (mil), ou seja, mais que o triplo de sua capacidade. Esse absurdo número de presos na Penitenciária Ferrugem é totalmente temerário, e se não houver medidas para a redução dessa população, ou ao menos o não crescimento, certamente evoluirá para ocorrências gravíssimas, inclusive com perdas de vidas. Este Juízo Corregedor de Presídios de Sinop não deve atender a todo e qualquer pedido de anuência de transferência de presos para o 'Ferrugem', e sim ser mais criterioso e seletivo com tais pedidos, até para que essa ‘tragédia anunciada’ não venha também a ser debitada em sua conta”, consta na decisão.

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