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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

25 de Outubro de 2011, 10h:55 - A | A

CIDADES / PROTESTO

Médicos de Cuiabá suspendem atendimentos do SUS por 24h

Os profissionais reivindicam melhoria nos salários e nas precárias condições das unidades hospitalares públicas.

INARA FONSECA



Durante esta terça-feira (25), todos os hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) de Mato Grosso terão suas atividades parcialmente paralisadas. O protesto é contra a baixa remuneração, as más condições de trabalho e de assistência oferecidas no âmbito da rede pública de saúde. A manifestação é parte de um protesto nacional, puxado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam). Em Cuiabá, apenas atendimento eletivos, como cirurgias para hérnia e fimose, serão paralisados. As policlínicas e demais unidades de atendimento emergencial funcionarão normalmente.

“A paralisação será com certa restrição, pois não queremos que os usuários do SUS sofram ainda mais. O intuito não é prejudicar a população, mas marcar posição frente ao governo, mostrar a precariedade que se encontra o sistema”, explicou Arlan de Azevedo Ferreira, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM/MT).

Mato Grosso aparece entres os setes estados de todo Brasil que têm o índice de UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) por habitante igual ou ligeiramente superior à média nacional (1,3 leitos por 10 mil habitantes). Segundo dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

Recentemente, o sucateamento dos Prontos Socorros de Cuiabá e Várzea Grande tornou-se notícia nacional. Entre as principais denúncias estavam a falta de leitos que obrigavam os pacientes a se instalarem no chão dos corredores do Pronto Socorro de Várzea Grande. Segundo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em todo Centro-Oeste, entre 2008 a 2001, foram desativados 15.399 leitos hospitalares nas redes ligadas ao SUS.

Além da superlotação, a falta de estrutura nos complexos hospitalares, a categoria também denuncia a má remuneração dos profissionais da saúde da rede pública. Em Mato Grosso, o salário base pago aos médicos concursados, com jornada semanal de 20 horas, é de R$ 1.292,04.

Uma consulta de clínica médica custa aproximadamente R$ 2 , uma consulta R$ 7,50, anestesia de R$ 36 a R$ 40. Tudo é defasado no SUS. É necessário um realinhamento e cumprimento da PEC 29 (proposta de emenda constitucional que garante 15% do orçamento municipal, 13% do orçamento estadual e 10% do orçamento federa para saúde) para que a população tenha um atendimento humanizado e digno”, afirmou Dalva Alves das Neves, presidente do CRM/MT.

Em todo Brasil, 21 estados têm consultas e exames ligados ao SUS suspensos devido a paralisação dos médicos. Se comparado com os países vizinhos, o Brasil é um dos que menos investe per capita na área da saúde.

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