GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
A mãe da adolescente esfaqueada dentro de uma escola em Rondonópolis (a 215 km de Cuiabá) nega que a filha praticasse bullying contra o colega apreendido pelo ataque. Ela contou que a família cogita deixar a cidade por medo de uma nova investida do garoto, que mora perto da casa deles.
Em entrevista ao Cidade Alerta, da TV Cidade Rondonópolis, a mãe afirmou que a filha ainda está traumatizada e que o retorno às aulas está fora de cogitação no momento.
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“Eu e o pai dela não queremos que ela volte para essa escola por enquanto. A gente não sabe o que fazer. Pensamos até em mudar de cidade, porque o rapaz mora perto de casa. Assim, a gente não tem mais confiança. Estou com muito medo”, disse.
A jovem, que levou três facadas, na virilha, abdômen e tórax, teve o pulmão perfurado, passou por cirurgia, usou dreno e recebeu alta na sexta-feira (14). Ela se recupera em casa.
“Isso poderia ter terminado em tragédia. Hoje podemos sorrir, mas poderíamos estar chorando pela vida da minha filha”, afirmou a mãe.
A família também rebate a versão de que o agressor sofria bullying. Segundo a mãe, nem a vítima nem o irmão, que estuda na mesma sala do adolescente apreendido, tinham qualquer contato com ele.
“Perguntei para ela se já tinha falado algo para esse menino. Ela disse que nunca teve contato com ele”, relatou.
Mesmo que houvesse alguma discussão, a mãe disse que nada justificaria o ataque.
“Ela quase perdeu a vida. E, pelo que vi, ele também queria fazer mal a si mesmo. Foram dois livramentos”.
A adolescente gravou um vídeo agradecendo à equipe médica, ao Samu e às pessoas que doaram sangue.
O aluno responsável pelo ataque foi apreendido em flagrante. À polícia, disse que era alvo de provocações e que era chamado de “magrelo”, “esqueleto” e “palito”. Ele utilizou um canivete e feriu também um colega de 15 anos que tentou impedir as agressões.
Investigação concluída
De acordo com a Delegacia Especializada da Criança e do Adolescente (Deca), o agressor agiu sozinho no momento do ataque e responderá por ato infracional análogo à tentativa de homicídio e lesão corporal. Um segundo adolescente, de 15 anos, apontado como cúmplice por fornecer o canivete, responderá em liberdade, salvo futura representação do Ministério Público pela internação.
A vítima negou ter praticado bullying, mas algumas testemunhas, incluindo o irmão da estudante, relataram que ela se referia ao agressor de forma pejorativa, ponto registrado no inquérito.
Funcionários, alunos e familiares foram ouvidos durante a investigação. O canivete e outros objetos foram encaminhados para análise da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), e a Polícia Civil aguarda os laudos finais, como o exame de corpo de delito.
Veja vídeo:















