RENAN MARCEL - DA REDAÇÃO
Apesar de a frota de veículos da capital mato-grossense ser bem menor que nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, o trânsito, há um bom tempo, vem deixando a população cuiabana cada vez mais estressada ao volante. Um percurso que deveria demorar cerca de vinte minutos, nos horários de pico, leva muitas vezes o dobro de tempo.
Como se não bastasse a lentidão do deslocamento, os motoristas ainda precisam “quebrar a cabeça” procurando uma vaga para estacionamento no Centro da cidade. O RepórterMT já noticiou algumas vezes que as avenidas se tornam “campos de batalha” e o ambiente fica propício para infrações e acidentes, tornando tudo mais caótico (Veja AQUI).
A solução para o problema, ou pelo menos parte dela, segundo o professor Luís Miguel de Miranda, doutor engenharia de trânsito e integrante do Núcleo de Estudos de Logística e Transporte (Nelt), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), passa principalmente por ações que desestimulem o uso do automóvel como, por exemplo, investimentos e melhorias no transporte público de Cuiabá, tornando-o mais atrativo à população.
No entanto o especialista não descarta medidas mais práticas e polêmicas como a instalação do sistema de rodízio nas regiões centrais da cidade. Ele explica que, quando o caos se instala, esse sistema ajuda a amenizá-lo.
“O problema do trânsito acontece em todos os lugares do mundo e uma das soluções mais corriqueiras que se faz é adotar o rodízio de carros, por placa. Quando a cidade está muito tumultuada, e você tem limitações de vias, como aqui em Cuiabá, o que você tem que fazer é desestimular o uso do automóvel nas áreas centrais da cidade”, explicou Miranda.
Mas a medida esbarra em outro problema, bastante típico da administração pública em geral, a falta de fiscalização e controle. O professor argumenta que, se não houver um sistema eficiente de controle e cobrança das transgressões, de nada adianta implantar o sistema de rodízio.
“Fazer rodízio não é decreto do prefeito. Você precisa de controle, de um sistema que pune e cobre as contas dos transgressores. Se não tiver um sistema de informação muito bem desenvolvido, via rádio, para fotografar, autuar e mandar a conta não tem como fazer isso”, finalizou.