THIAGO NOVAES
DO REPÓRTERMT
Duas pessoas foram hospitalizadas na tarde dessa terça-feira (4) em Itanhangá (a 447 km de Cuiabá), em Mato Grosso, com suspeita de intoxicação por metanol, após consumirem uma bebida alcoólica supostamente adulterada. As vítimas, uma mulher de 42 anos e o genro dela, de 26, deram entrada no Centro Integrado de Saúde (CIS) apresentando náuseas, vômitos intensos e dores no peito.
Segundo informações da Polícia Militar, uma equipe foi acionada pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Vigilância Sanitária Municipal após os dois pacientes darem entrada na unidade de saúde.
Um dos pacientes evoluiu para um quadro mais grave, com falta de ar e cegueira temporária, o que levantou a suspeita de contaminação por metanol. Ambos foram transferidos para o Hospital Regional de Sorriso, onde seguem internados. O homem está em estado estável, enquanto a mulher permanece entubada na UTI.
A polícia foi até a unidade de saúde e conversou com o paciente F.G., de 26 anos, que relatou ter comprado, no sábado (2), uma garrafa de uísque em um supermercado local. Segundo ele, os sintomas começaram logo após o consumo da bebida.
Com base nas informações repassadas, a Polícia Militar, a Vigilância Sanitária e a Secretaria de Saúde realizaram uma fiscalização no estabelecimento citado. Durante a vistoria, foram apreendidas 10 garrafas do mesmo uísque, que apresentavam irregularidades nas embalagens, com lotes e datas de fabricação e validade divergentes.
O dono do supermercado informou ter adquirido uma caixa com 12 garrafas da bebida em uma distribuidora de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
As amostras foram encaminhadas para análise pericial.
Número de casos notificados
Após a notificação dos casos ocorridos em Itanhangá, o Estado de Mato Grosso soma nove casos notificados de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica.
Desse total, um foi confirmado, quatro estão em investigação — incluindo os dois registrados em Itanhangá — e quatro foram descartados.
A informação consta no Painel de Monitoramento de Intoxicação por Suspeita de Metanol da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), atualizado na manhã desta quarta-feira (5).
Metanol: ameaça à saúde pública
O metanol é utilizado na indústria como solvente, combustível ou componente de produtos de limpeza. Mesmo em pequenas quantidades, sua ingestão pode causar danos neurológicos, hepáticos e visuais severos, podendo evoluir para cegueira permanente ou morte.
A substância é comumente usada para adulterar combustíveis e é classificada como produto químico, motivo pelo qual não pode ser adicionada a bebidas.
Devido ao risco que representa à saúde pública, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estabeleceu regras rígidas que determinam o registro obrigatório para a movimentação e o armazenamento do produto.
















